sábado, 7 de dezembro de 2013

Em memória de Mandela

Por Juca Kfouri
POR RAUL MILLIET FILHO* Nos anos mais duros do apartheid, Nelson Mandela foi apoiado por grandes líderes revolucionários, como Fidel Castro, Gamal Abdel Nasser e pela esquerda mundial. Os Estados Unidos, aliados do regime sul-africano, silenciaram durante os 27 anos em que o comandante negro ficou encarcerado. Agora, quando a morte impõe o gigantismo de sua figura diante da humanidade, tradicionais racistas, autocratas, elitistas e a escória da direita apegam-se à sua imagem, como se defendessem Mandela desde sempre. É sintomático o apoio de Barack Obama à memória do líder sulafricano. O presidente dos EUA, apesar de negro na cor, comanda a mais exuberante máquina mortífera da história. Não titubeia em ameaçar e invadir países pobres, sob a mesma acusação que se fazia a Mandela: “agentes do terrorismo”. Vamos combinar. Mandela vive. Mas a hipocrisia – lamentavelmente – vive muito também. E não custa lembrar também… Quando a África do Sul invadiu a Namíbia, Cuba interveio para defender a independência deste país. Nelson Mandela agradeceu publicamente a Cuba e esta foi a razão pela qual fez sua primeira viagem a Havana, e não a Washington ou Paris. A batalha de Cuito Cuanavale, em 1988, permitiu que se pusesse fim ao apartheid na África do Sul. Foi o que Mandela sempre disse! Raul Milliet Filho é historiador.

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