domingo, 5 de janeiro de 2014

Neymar faz Blatter dar recado direto aos árbitros. A Fifa não tolerará suas simulações em 2014. Pressão no brasileiro nas fases decisivas do Campeonato Espanhol, da Champions League e, principalmente, na Copa do Mundo. O aviso foi dado…

Foi um recado direto a Neymar. Ele que se cuide... Não só no Campeonato Espanhol, na Champions. Mas principalmente na Copa do Mundo. Esta é a análise da imprensa europeia. Logo na sua primeira coluna escrita em 2014, Joseph Blatter foi no ponto. O presidente da Fifa sofreu pressão forte demais nos últimos seis meses. Graças à chegada de Neymar no futebol europeu. O brasileiro é um dos jogadores mais talentosos do mundo. Mas também se tornou conhecido como o melhor simulador. Já cavou diversas expulsões, amarelos, faltas e pênaltis na curta carreira. O que no Brasil é visto como esperteza, na Europa tem outro significado. Tentar iludir o árbitro é 'jogo sujo'. E o atleta especialista na modalidade ganha o rótulo de piscineiro. Muitas vezes ganha vaias da própria torcida quando é flagrado simulando. "Nós vemos claramente que na Champions League existe a cultura do "cai-cai". Basta ver as atuações de Neymar em Glasgow, contra o Celtic, e de Balotelli em Amsterdã, no Ajax x Milan. Uma equipe terminou a partida com dez (lembrando a expulsão de Brown contra o Barcelona) e outra foi penalizada com um pênalti nos últimos minutos. Essas ações me entristecem e me preocupam, porque eu também estou na briga pela Liga dos Campeões. Nós queremos ver agressividade, boas atuações, e não simulações." A declaração foi de José Mourinho, um dos principais treinadores do mundo. O ufanista narrador da TV Globo, Galvão Bueno, não se conteve. Defensor absurdo da Seleção e do principal jogador do país, perdeu a paciência. No empate contra a Itália em 2 a 2, no ano passado, desabafou contra o atacante. "A mão (de Pirlo) encostou (no rosto), mas não precisava cair como se estivesse sendo nocauteado, como se fosse um lutador de MMA após levar um soco. O Neymar está criando uma imagem negativa na Europa, infelizmente. É um grande jogador, o melhor do Brasil na atualidade, mas não podemos fugir dos fatos. Isso está prejudicando demais a sua imagem." "Neymar já criou uma reputação. É um jogador brilhante, mas algumas vezes exagera em coisas que são pequenas. Não acho que o Neymar faça nenhum favor a si mesmo pela maneira como ele se comporta." A crítica desta vez foi do treinador do Celtic, Neil Lennon. As reclamações sobre a maneira do jogador brasileiro atuar ficaram constantes. Na Espanha, a parcialidade dos veículos de comunicação é questionável. Vários jornais de Madrid defendem abertamente o Real. Já os da Catalunha protegem como podem o Barcelona. O Mundo Deportivo tomou uma atitude diante da pressão contra as simulações.
Estampou na sua capa que Neymar estaria sofrendo uma campanha generalizada. Todo o continente estaria unido contra o jovem brasileiro. E querendo na verdade atrapalhar o clube catalão. O que obviamente foi um grande exagero. Na Copa das Confederações, a imprensa uruguaia não perdoou o atacante. Reclamou demais dos seus 'mergulhos' diante da marcação adversária. O El País foi direto. Colocou como ponto negativo do confronto "Neymar e suas cansativas simulações". Tudo isso acontece graças ao próprio pai do jogador. Percebendo que o filho era muito talentoso, mas franzino, decidiu protegê-lo. Ao perceber que receberia pontapés, o ensinou a fugir dos chutes. E se jogar antes do contato do adversário. Foram anos e anos de 'treinamento'. Virou algo instintivo para Neymar. Difícil de se livrar. Por mais que tente se controlar, virou algo natural ao jogador. No Barcelona consegue se controlar um pouco mais. Na Seleção Brasileira, não. São constantes as reclamações dos adversário. Jogadores de Honduras saíram reclamando das simulações em amistoso. Disseram que elas só aumentaram a violência com que o marcaram. Luiz Felipe Scolari o defende com unhas e dentes. "O Neymar um atleta que sofre dez faltas (por partida), uma ou duas podem não ser e ele cai, o que é normal. Os técnicos que jogam contra o Neymar preferem dizer que ele cai, simula, porque é mais fácil influenciar o árbitro. Não é a realidade: no futebol mundial já ouvi mil vezes as pessoas falando do Cristiano Ronaldo. Cai porque é bom, leva falta, quem dribla mais recebe mais faltas." A verdade é que viraram constantes as reclamações contra o brasileiro. E não contra o português. Elas chegaram à Fifa. Assim como o medo de outras seleções que o Brasil se beneficie das simulações na Copa. Blatter resolveu mostrar que está atento. E já começou o ano pressionando os árbitros. A tendência é que eles sejam muito rigorosos com Neymar. "Pare o teatro amador", colocou como título de sua coluna publicada no site da Fifa. Nela pressionou os juízes a tomarem atitude. Não só dando cartões amarelos e vermelhos. Ele considera profundamente irritante a simulação. Quando "o jogador semimorto volta à vida logo que deixa o campo". Tanto que até decidiu criar uma regra para punir esse atleta. Quer que os juízes os deixe fora do gramado por alguns minutos. Situação que não está prevista na regulamentação do futebol. Só para fazer o time do simulador ficar com dez atletas. E jogar os próprios companheiros, treinador e torcida contra ele. Acredita que isso faria os 'atores' pararem para pensar. "Cortar esse tipo de fraude é uma questão de respeito. Para os adversários e os fãs (do futebol)", definiu. A coluna assinada pelo dirigente tem um peso enorme. Logo começarão as fases agudas do Espanhol e da Champions League. E o ano é de Copa do Mundo. Tudo o que Blatter não quer é um Mundial decidido em um pênalti cavado, por exemplo. O cerco irá se fechar em relação a Neymar. Os árbitros estarão muito mais atentos ao brasileiro. O presidente da Fifa não faz nada por acaso. Ele conseguiu seu objetivo. Mostrou publicamente sua intolerância ao 'jogo sujo'. Aos 'mergulhadores'. Era exatamente o que os adversários do Barcelona e do Brasil desejavam. Talvez tenha feito um bem enorme a Neymar. E ele perceba que tem velocidade e arranque suficientes para escapar dos pontapés. Seu talento já é suficiente para desequilibrar a grande maioria dos jogos. O recado de Blatter foi dado. Entendido por Gerardo Martino e Scolari. Cabe aos dois avisar o atacante que estará na alça de mira dos árbitros. Como nunca esteve. E que suas simulações podem prejudicar Barcelona e Brasil. A dúvida já pesa. Em um lance decisivo, que ele fuja do pênalti. E tente marcar o gol. Porque os árbitros pensarão dez vezes com o lance envolvendo Neymar. Que os treinadores tenham sapiência para explicar o óbvio. Não é preciso fingir. Basta jogar seu futebol, é mais do que suficiente. E fundamental para os catalães lutarem pela supremacia na Europa. Assim como os brasileiros conquistarem sua sonhada Copa em casa...

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