Os mistérios de Felipão

Juca Kfouri

Felipão disse que a imprensa está longe de acertar sobre suas preferências. Pode ser e ninguém as conhece melhor que ele mesmo. Mas, ele há de convir, o nome de Fernandinho (foto) estava em 11 de cada 10 listas feitas antes da convocação de hoje. Que mais uma vez tem, mesmo sem atuar, seu goleiro predileto, Júlio César. Será que ele jogará o amistoso contra a África do Sul mesmo há tanto tempo fora dos gramados? Claro que o risco não chega a ser grande, porque os anfitriões não são exatamente poderosos como força ofensiva. Só resta saber como se sente um Jefferson, por exemplo. O que parece mais definitivo é que Kaká está perdendo a chance de disputar sua última Copa e não se pode negar razão ao técnico, infelizmente. Não se diga o mesmo de Robinho, porque, machucado, não paga o risco de ser chamado hoje e, eventualmente, desconvocado amanhã, embora não faça mesmo por merecer nova chance. O drama, sabido, é a camisa 9. Longe de ser um Romário ou um Ronaldo, Fred, excelente centroavante, é a esperança. Tomara que seja verdade que quem espera sempre alcança. Mesmo que o poeta também tricolor, Chico Buarque, diga o contrário. Mas Felipão é assim. Se não fosse técnico de futebol seria escritor de livros de mistério