Condenada a oito anos e sete meses de prisão por estupro ao ex-enteado, pode sair da cadeia após depoimento dado pela vítima que nega abuso
Edvan Lessa (edvan.lessa@redebahia.com.br)
No dia 10 de setembro, há 11 meses que Rosângela da Cruz Conceição, 49 anos, só vê o próprio reflexo na colher, enquanto come. Na cela que divide com mais quatro presas por crime hediondo, no Conjunto Penal Feminino, não pode ter espelho – que pode ser usado como arma. Ver a própria imagem refletida no talher é uma forma de recuperar a vaidade naquele lugar, onde foi parar devido a uma sentença que passa por revisão.
Condenada a oito anos e sete meses por estupro e corrupção de menor, sob acusação de participar e ser conivente com abusos supostamente realizados contra o ex-enteado, entre 2006 e 2007, quando ele tinha 11 anos, Rosângela foi obrigada a trocar as roupas da moda pela farda laranja do presídio; desapegou do mega-hair e aderiu aos cachos acima do ombro. Porém, após cinco meses presa, seu ex-enteado, agora com 19 anos, voltou a procurar a Justiça e disse em juízo que “criou a história do abuso porque se sentiu pressionado em casa por ter sumido DINHEIRO
(...) para se livrar da pressão e poder curtir o Carnaval (...) criando mais e mais mentiras (...)”. Por causa desse novo elemento, a sentença de Rosângela passa por revisão criminal.
Servidora Rosângela Conceição de repente se viu presa acusada de estuprar seu ex-enteado, na época com 11 anos. Mas o menino cresceu, voltou atrás na acusação e agora ela pode ser solta (Foto: Betto Jr.)
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