Não custa sonhar e os números ajudam a embalar o sonho: Bahia e Vitória têm as melhores campanhas da Copa do Nordeste e uma final entre a dupla Ba-Vi na - hoje - maior competição regional do país seria uma primeira compensação pelo rebaixamento dos times baianos no ano passado. Se dá para sonhar com a decisão baiana, é preciso também encarar a realidade: Sport e Ceará são adversários difíceis - ambos semifinalistas e favoritos em seus estaduais - e os jogos de hoje à noite vão começar a mostrar essa diferença. Nesta Lampions League, os fracos realmente não tiveram vez: os semifinalistas estão entre os clubes mais fortes - em tradição, em popularidade, em poder econômico - da região.
Na teoria, a missão do Bahia é mais difícil: o Sport é o único time nordestino na elite do futebol brasileiro e o atual campeão da Copa do Nordeste. A zaga conta com a experiência do goleiro Magrão, 37 anos e 10 anos como titular do time, e do zagueiro Durval, 34 anos e 300 partidas com a camisa rubro-negra, além do ótimo lateral Vítor, que, nos tempos do Goiás, chegou a ser lembrado para a seleção brasileira. Maestro do time, Diego Souza chegou efetivamente a ser convocado para a seleção e vem tendo ao seu lado Élber, promessa de 22 anos, emprestado pelo Cruzeiro. No ataque, o Sport se reforçou com Samuel, 24 anos, que veio do Fluminense para fazer companhia a Mike, 22, emprestado pelo Inter, e Felipe Azevedo, que vai para sua quarta temporada - fez 28 gols entre 2012 e 2014.
Portanto, o Bahia não vai ter vida fácil, apesar da campanha irregular dos pernambucanos na Copa do Nordeste. No estadual, contudo, o Sport terminou o hexagonal decisivo com 25 pontos (oito vitórias, um empate e uma derrota), 11 a mais do que Central e Santa Cruz, que dividiram o segundo lugar, e é favorito tanto na semifinal contra o Salgueiro quanto numa possível final contra Santa ou Central. O tricolor baiano tem a seu favor a campanha firme nas duas competições, com destaque para a força ofensiva, comandada por Kieza, artilheiro do estadual e vice-artilheiro da Lampions League. O esquema montada por Sergio Soares - pressionando o adversário, compactando setores - vem funcionando bem, apesar de o time continuar com problemas na defesa, particularmente nas laterais. O desafio do Bahia hoje é não ser intimidado pela Ilha do Retiro lotada: precisa manter o seu padrão de marcar no campo do adversário e tomar a iniciativa de atacar. Apesar do empate ser bom resultado, por adiar a decisão para a Fonte Nova, o Tricolor não deve mudar o esquema que tem funcionado até agora.
O Ceará está longe de ter a mesma qualidade do Sport. Seus destaques são o meia Ricardinho e os atacantes Assisinho, William (ex-Vitória) e o interminável Magno Alves que, aos 39 anos, continua artilheiro do time e um dos mais perigosos atacantes do Nordeste. Como o Bahia, o Ceará poupou os titulares na Copa do Brasil para priorizar o estadual e a Copa do Nordeste. No fim de semana, mesmo sem Magno Alves, o time foi a Juazeiro e ganhou de 1x0 do Guarani no primeiro jogo da semifinal: no Cearense, são 15 jogos, 10 vitórias, dois empates e três derrotas. O veterano, com uma virose, foi poupado para o jogo de hoje contra o Vitória.
Apesar de ter a melhor campanha da Lampions, o Leão baiano ainda não tem a confiança de sua torcida, escaldada pelo vexame da eliminação no estadual. O time do Vitória vem ganhando em velocidade e criatividade, mas o sistema defensivo parece ter involuído após a saída de Drubscky. A entrada de Luiz Gustavo aponta para uma necessária prudência em Fortaleza.
A força do bode
Há alguns anos, o Primeiro Passo Vitória da Conquista vem se credenciando, com seriedade e profissionalismo, como a terceira força do futebol baiano. Merece, pela campanha, confirmar a vaga na final.
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