domingo, 10 de maio de 2015

Campanha pró-aborto faz tutorial irônico de como perder bebê e gera polêmica no Chile


Procedimento é proibido no país em qualquer situação que não seja acidental
Da Redação (redacao@correio24horas.com.br)


Uma campanha pela legalização do aborto virou alvo de críticas no Chile ao fazer vídeos irônicos sobre como perder um bebê. Os vídeos, em formato de tutorial, ensinam como fazer um aborto acidental.


"Compre um sapato com salto alto, de princesa, como você sempre sonhou. Pegue uma faca e danifique o salto. Vá para a rua, ande com calma até achar um hidrante. Quando encontrar, faça o salto quebrar e caia com a barriga no hidrante, com força. Grite bastante e vão achar que seu aborto foi um acidente".
Campanha pró-aborto faz tutorial irônico de como perder bebê e gera polêmica no Chile.
(Foto: Reprodução/Youtube)
"No Chile, um aborto acidental é o único aborto que não é delito". Essa são algumas das instruções que fazem parte da campanha. Em outros vídeos, uma atriz ensina como ser atropelada ou como cair de uma escada para abortar. 
A campanha ainda pede apoio à lei que permite o aborto em caso de risco à vida da mãe, estupro ou quando o feto não tem chances de viver. As imagens já foram vistas por milhares de pessoas no Youtube.
"A mensagem principal é que no Chile as mulheres estão tão desesperadas por não ter acesso a um aborto terapêutico que tem que chegar a provocar abortos 'acidentais'", diz Claudia Dides, diretora da ONG Miles, que promoveu a campanha.
A campanha vem sofrendo pesadas críticas de pessoas que acham que algumas mulheres podem, de fato, seguir os conselhos. Algumas pessoas chegaram a considerar as peças assassinas.
"Obviamente, não estamos falando para as mulheres provocarem um acidente. Acho que fomos responsáveis. Esse vídeos são polêmicos e iniciam uma discussão", argumenta Dides.
O projeto de lei e a campanha sofrem oposição da Igreja Católica e de grupos conservadores no Chile. "Dar informações de maneira tão leviana causa mais controvérsia e pode provocar um problema de saúde pública mais do que elevar o nível do debate", diz Jorge Acosta, do Instituto Republica.
Assista abaixo o vídeo (em espanhol):
Paraguai
Uma criança de 10 anos estuprada pelo padrasto está no centro de uma polêmica no Paraguai. A menina está grávida e a justiça do país negou autorização para que ela realize um aborto.
O caso foi denunciado pela mãe da criança, responsável por solicitar a interrupção da gravidez, o que só é permitido no país em caso de riscos para a vida da gestante.
O autor do crime teve a ordem de prisão decretada, mas está foragido. A gravidez foi descoberta quase no quinto mês, depois que a menina sentiu dores e foi levada ao hospital.
O episódio atraiu a atenção de organizações internacionais de defesa dos direitos humanos e deu início a um debate sobre as leis de aborto. 

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