"Na história da aviação civil, nenhuma companhia passou por duas tragédias dessa magnitude em apenas quatro meses”, diz analista
Camilla Demario e agências (camilla.demario@redebahia.com.br)
Duas tragédias em quatro meses. Que companhia aérea resistiria? A pergunta tem sido feita por analistas de aviação e economistas de todo o mundo. “É um caso sem comparação. Na história da aviação civil, nenhuma companhia passou por duas tragédias dessa magnitude em apenas quatro meses”, disse Mohsin Aziz, analista de aviação no banco Maybank, em entrevista à agência Associated Press.
“Mesmo antes do segundo incidente, eu estava muito cético quanto à capacidade da companhia para sobreviver depois do segundo semestre de 2015. Eles estão sofrendo imensos prejuízos... e o novo acidente deve acelerá-los”. As ações da empresa caíram 11% na sexta-feira, em Kuala Lumpur, com o aprofundamento dos sentimentos já negativos dos investidores.
Avião da Malaysia Airlines caiu na Ucrânia nesta quinta-feira (17). (Foto: AFP)
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Malaysia Airlines acumula queda de 35% este ano. Ainda que envolvendo os dois desastres com aviões da Malaysia Airlines sejam claramente diferentes, é possível que a coincidência entre eles fique marcada pelos futuros passageiros.
“Se o público estiver disposto a manter os casos separados e aceitar que têm pouco de fato a ver um com o outro, e que a conexão não envolve a Malaysia Airlines, ela poderá sobreviver com sua marca relativamente intacta”, ele disse.
Mas a probabilidade disso não acontecer é grande. Antes do desaparecimento do MH370, a Malaysia Airlines estava operando no vermelho mas a situação parecia estar melhorando; seus custos operacionais estavam sendo reduzidos e mais passagens estavam sendo vendidas.
Mas, embora a ocupação de seus aparelhos viesse aumentando cada vez mais, ela não havia conseguido aumentar o preço de suas passagens. Agora, o histórico de segurança historicamente forte da empresa terminou demolido, aos olhos dos passageiros, por duas perdas como essas.
Acidente
O avião da Malaysia Airlines que caiu no leste da Ucrânia não fez nenhum pedido de socorro, informou o primeiro-ministro da Malásia, Najib Razak. A informação foi confirmada pela companhia, que também atualizou o número de pessoas a bordo do avião para 298, sendo 283 passageiros e 15 membros da tripulação.
O primeiro-ministro malaio, que concedeu coletiva de imprensa após conversar com os líderes da Ucrânia, Holanda e EUA, disse que tudo será investigado para descobrir o que aconteceu com o voo MH17. “Nesse estágio, a Malásia é incapaz de verificar a causa dessa tragédia, mas nós precisamos, e nós iremos, encontrar precisamente o que aconteceu com esse voo”, disse Najib. “Se transparecer que o avião foi de fato abatido, nós insistimos que os criminosos devem ser trazidos à justiça rapidamente.”
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