por
Taís Laporta - iG São Paulo
Foto: Ilustração
Quase metade dos brasileiros (48%) acredita que 2014 não é bom momento para comprar um imóvel no Brasil,
mostrou uma pesquisa feita pelo site VivaReal com cerca de 2800
consumidores e agentes imobiliários. Outros 35% pensam o oposto, e o
restante (17%) fica em cima do muro.
Não há consenso se investir em imóveis para alugar ou revender ainda é
sinônimo de lucro certo ou pode ser uma barca furada, conforme o
estudo.
Mas quando se trata de preços, a grande maioria dos brasileiros
concorda que eles estão fora da realidade – ainda que os mais próximos
deste mercado discordem sobre a existência de uma possível bolha
imobiliária.
Para 93% dos consumidores, os valores anunciados estão altos ou muito altos, enquanto apenas 7% consideram os preços adequados.
A visão dos profissionais do mercado (corretores ou agentes
imobiliários) não é muito diferente: 82% acham que os valores também
estão acima do ideal, ao passo que a minoria (17%) julga o atual cenário
aceitável.
Apesar da insatisfação com preços, não há dados que sinalizem uma
queda no horizonte. Segundo o último relatório do índice FipeZap, o
valor do metro quadrado anunciado para venda no Brasil cresceu 13,7% em
2013, e continua a subir este ano.
A novidade é que, em março, a valorização foi menor que a inflação
oficial: 0,64% em relação a fevereiro, contra 0,84% do Índice Nacional
de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no mesmo período.
Para consultores financeiros, comprar um imóvel com o intuito de
investir é bem diferente de financiar a casa própria para morar.
O rendimento do aluguel precisa ser compatível com o valor
investido no bem, ou o preço de revenda deve ser consideravelmente maior
que o de compra para compensar o investimento.
Nem sempre é fácil prever essa relação, o que torna a aposta em
imóveis algo para quem tem bom faro para o negócio, defendem os
especialistas.
Confira cinco opiniões de quem acompanha o mercado imobiliário sobre
se 2014 é um bom momento para mergulhar de cabeça no investimento em
imóveis:
1. Sinal verde
Janser Rojo, sócio da Soma Invest
“Oportunidades ainda existem em cenário de acomodação”
"Diferentemente da casa própria, o imóvel para investimento exige do
comprador mais cuidado e tempo para encontrar boas oportunidades. Elas
sempre existem, em qualquer período, só é preciso saber ir atrás. Não é
possível saber ainda se após a Copa do Mundo haverá um cenário melhor
para investir em imóveis. Vai depender do andamento da economia e dos
fatores que afetam a dinâmica das cidades, como geração de empregos e
produtividade na indústria. Isso afeta diretamente o mercado
imobiliário”.
2. Sinal vermelho
Roberto Navarro, fundador do Instituto Coaching Financeiro, programa de educação financeira
"Não é bom momento para investir"
“Essa não é a melhor hora para quem pensa em investir em imóveis. A
melhor forma de não perder dinheiro com um investimento [em tempo de
preços altos] é comprar um terreno, de preferência em um condomínio
fechado e construir uma casa. Assim, dá para reduzir em até a metade o
valor investido. Nesse caso especificamente, passa a ser um bom negócio,
sim”.
3. Sinal vermelho
Reinaldo Domingos, planejador financeiro do instituto DSOP e autor do best seller Terapia Financeira
“Não invista em imóveis nos próximos cinco anos”
“O preço dos imóveis não vai aumentar. Mesmo que não haja retração, o
valor deve cair em relação à inflação. Por isso, não oriento qualquer
investimento em imóvel neste momento. Não será possível tornar o
investimento rentável neste período. A melhor decisão é capitalizar o
dinheiro que você conseguir juntar para esperar que ocorra a acomodação
de preços. Historicamente, os imóveis não têm liquidez (facilidade em
vender), e isso deve se agravar daqui para frente, porque a recente
valorização não condiz com a realidade econômica do País. Os preços só
não vão despencar porque os financiamentos habitacionais vão segurar
este mercado”.
4. Sinal verde
Suyen Miranda, consultora financeira
“Imóveis de um dormitório e casas adaptadas para comércio vão gerar boa renda”
"Em regiões urbanas e com problemas de transporte público, os imóveis
menores estão disputadíssimos para aluguel e moradia. Pessoas mais
velhas abriram mão de acomodações maiores com empregados domésticos para
ter uma vida mais econômica. Para o investidor, sempre haverá boas
oportunidades neste mercado. Comprar casas grandes e sobrados
residenciais para transformá-los em imóveis comerciais, quando bem
localizados, é um negócio bem lucrativo. Isso vale em todas as praças
onde o transporte público está evidenciado e há problemas de locomoção
urbana”.
5. Sinal vermelho
Antonio de Azambuja, economista e professor da Anhanguera Educacional
“Quem esperar vai encontrar condições mais favoráveis”
"Acredito que a partir de 2017 haverá uma freada do vigor da
economia, já que não teremos mais a atenção de investidores estrangeiros
voltada para o País, e isso vai refletir em desaquecimento e uma
possível inadimplência nos financiamentos de imóveis. Quem juntar
dinheiro agora para comprar mais para frente fará bons negócios no
mercado imobiliário”
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