Mulher negra sofre 'dupla vulnerabilidade'/Foto: Reprodução
Principal mecanismo jurídico de COMBATE à violência contra a mulher, a Lei Maria da Penha completa nesta quinta-feira (7) oito anos de sancionada. Segundo o Núcleo de Atendimento da Defensoria Pública, nos seis primeiros meses do ano ocorreram 2.381 casos de violência contra mulheres baianas, uma média de 13,2 por dia. Para a integrante da Rede de Atenção às Mulheres, Maria Eunice Kalil, os dados podem ser ainda maiores se forem ampliadas as possibilidades de acesso às denúncias. “Nós temos ainda poucos serviços específicos que vivem abarrotados”, conta a ativista. No entanto, para ela, o crescimento da estatística vem por conta da Lei, mas também do aumento da consciência das vítimas. "Há mais coragem nas mulheres e uma vontade maior de denunciar essas questões”, avalia. De acordo com ela que atua na luta pelos direitos femininos no estado, os casos não guardam preferência de classe social e econômica. Porém a mulher negra e pobre é a que mais sofre com o problema. "Elas têm dupla vulnerabilidade", pontua. Maria Eunice ainda frisa o despreparo das delegacias comuns. "Há ainda o problema do acolhimento. Nem sempre a pessoa que atende a vítima sabe lidar com o caso”, criticou. Em Salvador, duas delegacias fazem o atendimento direcionado às mulheres, no Engelho Velho de Brotas e em Periperi. No entanto, qualquer repartição policial pode fazer o registro de ocorrências. O estado conta atualmente com 14 delegacias direcionadas para o público feminino.
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