quarta-feira, 27 de maio de 2015

Família de criança mordida 30 vezes em creche quer indenização de R$ 512 mil



Na época do caso, que aconteceu no Mato Grosso, criança tinha um ano e quatro meses
Da Redação (redacao@correio24horas.com.br)


A família de Davi Werlang, 3 anos, que levou mais de 30 mordidas dentro de uma creche municipal no Mato Grosso pediu uma indenização de R$ 512 mil por danos morais e materiais. O caso aconteceu em abril de 2013, na creche Neusa Nadir Graf, em Sinop, distante a 503 km de Cuiabá.


Com apenas um ano e quatro meses, Davi foi mordido por outra criança enquanto estavam sozinhos dentro de uma sala da creche. Na época, a monitora que cuidava das crianças alegou à polícia que teria deixado a sala por apenas cinco minutos para beber água.
Davi levou mais de 30 mordidas na cabeça, orelha e partes do corpo.
(Foto: Reprodução/TVCA)
Ela disse que, quando retornou, a outra criança estava em cima do bebê e o mordia de forma constante por todo o corpo. A monitora foi indiciada pela Polícia Civil por abandono de incapaz e lesão corporal.
A mãe do menino, Carla Cristina Werlang Miranda, deseja que o município pague pelas despesas médicas e consultas psicológicas que a família de Davi teve que bancar. Além disso, a família quer que a prefeitura financie uma cirurgia na orelha que Davi precisará fazer futuramente.
TraumaA família alega ainda que todos estão sofrendo com as sequelas físicas e emocionais deixadas em Davi. A mãe diz que o garoto apresenta dificuldades de relacionamento afetivo com outras crianças e até mesmo com os parentes.
"Meu filho era calminho e cativante. Hoje ele está agressivo e revida tudo. Cheguei a colocá-lo em uma creche, mas ele não se enturma mais com outras crianças, ficou três meses e não aceitava, tive que tirá-lo. Tem momentos que ele se isola e fica retraído", disse Carla ao site G1.
"Ele só aceita ficar comigo e com o pai dele. Davi tem medo de ficar sozinho. Ele não fica nem com os irmãos dele", disse a mãe. A criança tem outros cinco irmãos que são adolescentes e um de seis anos. Carla disse ainda que o comportamento do menino mudou tanto que ele chega a agredir o irmão de seis anos.
Davi foi mordida mais de 30 vezes.
(Foto: Reprodução/TVCA)
Tratamento
Davi fez apenas quatro sessões no psicólogo pagas pela prefeitura, e a família alega que não tem condições de pagar por novas consultas. Os pais do menino trabalham como vendedores de cosméticos e vestuário na cidade.
"Queremos a indenização para que ele faça consultas no psicólogo e no médico, frequente a escolinha e possa fazer a cirurgia", disse a mãe.
A assessoria da prefeitura de Sinop, por sua vez, informou que já pagou o acompanhamento médico e psicológico à família.
A assessoria disse também que a servidora que cuidava das crianças no dia do acidente respondeu a um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) e cumpriu a suspensão de 90 dias de afastamento.
A prefeitura alegou que a cirurgia plástica seria desnecessária já que a cartilagem estaria apenas inchada e que Davi se recuperaria.
O advogado Silvio Marinho do Nascimento, que defende a família, diz que os pais de Davi tiveram prejuízos financeiros por terem que ficar sem trabalhar para cuidar do bebê, já que Davi não aceitava ficar com outras pessoas. 
A família pede R$ 500 mil por danos morais e R$ 12 mil por danos materiais. A prefeitura de Sinop terá que se manifestar sobre a indenização em um prazo de 60 dias. Depois disso, caso seja necessário, uma audiência deverá ser marcada pela Justiça. Um processo criminal também continua aberto para investigar o caso.

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