terça-feira, 5 de maio de 2015

Amigos se abraçam para tirar selfie e são agredidos por grupo de homens no Rio de Janeiro




Ato foi considerado homofóbico pelas vítimas; boletim de ocorrência não foi feito na delegacia
Redação iBahia

Em um ato considerado homofóbico, um grupo de aproximadamente 20 homens espancou dois jovens na noite do último sábado (2), na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Confundidos com um casal gay, dois amigos heterossexuais de 15 anos foram atacados no calçadão da Praia do Recreio dos Bandeirantes por se abraçarem para fazer uma selfie.

Foram mais de três minutos de terror. De acordo com matéria publicada pelo jornal Extra, um dos garotos não conseguiu se desvencilhar dos agressores e foi atingido com chutes no rosto. Ele precisou de atendimento médico após ficar com o olho esquerdo roxo e inchado.
Calçadão do Recreio dos Bandeirantes(Foto: Reprodução)
Um dos agredidos, Tarcísio Rocha, que é aluno de uma escola pública estadual, contou que ele e um amigo voltavam de um luau e, por volta das 22h, os dois pararam nas proximidades do Posto 10. Foi quando resolveram se abraçar para fazer a fotografia.
"De repente, eles se aproximaram e um homem tentou acertar um soco, mas eu abaixei a tempo de escapar do golpe. Outro agressor deu uma rasteira no meu amigo, que caiu no chão. Ele foi chutado várias vezes no rosto. A gente nunca tinha visto estes caras antes", disse.
Ainda segundo ele, que disse ter conseguido tirar o amigo das mãos dos agressores, os homens chegaram a persegui-los por alguns metros e só desistiu após a aproximação de outras pessoas. O episódio foi relatado no Facebook pela atriz Muca Vellasco, de 39 anos, mãe de Tarcísio.
"A homofobia chegou a um nível tão extremo, mas tão extremo, que dois amigos não podem se abraçar, independente da sexualidade, que já são considerados gays e, por isso, 'dignos' de uma surra. Aconteceu com meu filho e com o amigo dele", escreveu ela, que ainda revelou não ter registrado o caso na delegacia porque seu filho não sofreu ferimentos graves.
"As pessoas estão descontroladas e extremistas. Agridem por nada. Independente de qualquer sexualidade, o que aconteceu não se justifica", criticou.
iBahia.com

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