segunda-feira, 27 de janeiro de 2014
Ponte ignora sintonia do Audax e, no Majestoso, abafa críticas com vitória
Macaca mostra desorganização, cria pouco, mas conta com Ademir para ser vitoriosa. Time de Fernando Diniz domina, mas peca e segue sem vencer
De um lado, troca intensa de posições, saída de bola qualificada e estilo de jogo definido. Do outro, um time que claramente não compreendeu a visão de futebol de quem o comanda. Quando a sintonia do Audax enfrenta a confusão da Ponte Preta, é fácil apontar quem venceria em um duelo hipotético. Mas o futebol da vida real é cheio de armadilhas. Uma delas é o contra-ataque. Em um avanço rápido de um garoto recém-saído da base, a Macaca achou o seu primeiro gol em 2014 e calou os críticos com uma vitória no reencontro com a torcida no Moisés Lucarelli, neste sábado à noite. O magro placar de 1 a 0 dá aos donos da casa o sentimento de alívio e estraga um pouco a sensação que o caçula do Campeonato Paulista causou nas primeiras partidas do ano.
Vítima do carrossel imposto pelo Audax desde o primeiro ataque da partida, a Ponte demorou a encaixar a bola que Sidney Moraes tanto pedia. Ela veio só no segundo tempo, em lance que os visitantes não esperavam. Ademir, menino que substituiu o vaiado Alemão, correu como nunca para ganhar na velocidade do marcador e tocar na saída de Felipe Alves. Primeiro gol alvinegro, que garante os três pontos e melhora o clima de protesto no Majestoso.
O resultado atrapalha o caçula do Paulistão, que foi a Campinas disposto a atuar como no empate com o Santos, mas conseguir um fim diferente. A primeira partida da missão, de fato, aconteceu: a equipe de Fernando Diniz teve atuação sólida e não venceu graças a intervenções seguras de Roberto na meta da Ponte. Com a derrota, a primeira na elite estadual, o Audax segue sem vencer e está entre os últimos do Grupo B.
A rodada do meio de semana traz novas chances aos dois clubes. Novamente fora de casa, o Audax luta pela primeira vitória contra o São Bernardo, terça-feira, às 19h30, na partida que abre a terceira jornada do Paulistão. A Ponte, por sua vez, encerra a rotina de jogos na quinta-feira, contra o XV de Piracicaba, às 21h, fora de casa.
Achados e perdidos
Assim como fez contra o Santos, o Audax controlou a partida mesmo fora de casa. O time dirigido por Fernando Diniz trocou passes de um lado para o outro, avançou com velocidade pelas laterais e deixou a já confusa marcação da Ponte Preta pior ainda. Só não abriu o placar por causa de Roberto. Em uma das famosas trocas de posição dos seus jogadores, o defensor Didi recebeu livre na área e parou em defesa do capitão da Macaca. Nadson, no rebote, não conseguiu marcar.
A familiaridade dos paulistanos com o esquema implantado por Diniz contrastou com a atuação da Ponte Preta. Mesmo com mudanças em relação à estreia, o time de Sidney Moraes pareceu perdido no Majestoso. A Macaca rodou a bola de um lado para o outro, mas sem penetração para assustar a meta de Felipe Alves. Típico caso de desentrosamento e falta de compreensão do que o treinador quer: Adrianinho, por exemplo, tomou bronca por segurar demais a bola em vez de soltá-la com rapidez.
A superioridade ao Audax ficou ainda mais evidente nas entrevistas do intervalo. Enquanto os jogadores do time presidido por Vampeta deixaram o gramado conscientes do que deveriam fazer na etapa final, os pontepretanos só souberam reclamar da mobilidade adversário e do quanto isso dificultou a marcação.
Garoto vira herói em Campinas
A confusão tendia a piorar conforme o cansaço prejudicasse a Ponte – time paulista que menos tempo teve para descansar de um ano para outro. Com um atacante (Denilson) na vaga de um volante (Nadson), o Audax manteve o ritmo de atacar com frequência e criar jogadas de perigo. De cabeça, Rafinha ficou a um passo de abrir o placar. Ferrugem, em cima da linha, salvou o que seria, possivelmente, o lance que definiria a partida.
A Ponte, mais por qualidades individuais do que pelo conjunto, tirou suspiros da torcida presente ao Majestoso. Poucos, é verdade. Alemão, em mais uma noite apagada, deu lugar ao garoto Ademir. Outros como Adrianinho e Bruno Silva, responsáveis pela criação, sentiram a falta de ritmo e erraram mais do que acertaram. Magal, estreante, foi tímido nos avanços pela esquerda. Apenas Ferrugem, em chute de longe, arriscou algo fora do comum.
Fora do comum seria jogar um garoto na fogueira diante de tanta pressão por uma vitória. Sidney fez exatamente isso e acabou premiado. Ademir substituiu Alemão, muito vaiado pela torcida, e logo ganhou a massa em uma disputa simples de bola na linha de fundo, em que teve vantagem. A admiração virou amor aos 32 minutos: o menino aproveitou lançamento longo, partiu em velocidade e tocou na saída de Felipe Alves.
Triste castigo para quem dominou a partida, mas não soube vencê-la. Melhor para a Macaca, que contou com a juventude de uma promessa para reconquistar a confiança para 2014.
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