Por Redação Bocão News (@bocãonews) | Fotos: Reprodução: Camaçari Agora
A Divisão de Vigilância Sanitária Estadual (Divisa) interditou por tempo indeterminado, na manhã desta quarta-feira (6), a engarrafadora da água mineral Frésca, localizada no município de Dias D’Avila, na Região Metropolitana de Salvador (RMS). A operação coordenada pelo Ministério Público Estadual (MPE), com o apoio da Polícia Militar e prefeituras de Camaçari e Dias D’Avila, comprovou denúncias feitas ao MPE de Camaçari, no começo do ano, por crimes contra o meio ambiente, sonegação fiscal e contra a relação de consumo, praticados pela empresa Água Branca Mineração Canaã, responsável pela marca.
A ação segue agora com a abertura de Inquérito Policial e processo de investigação pelo MPE. Localizada na fazenda Canaã do Sol, no KM 28 da BA-093, engarrafadora funciona em área de mata atlântica, portanto de proteção ambiental. Esse é o 3º fechamento da unidade em menos de 3 anos.
A operação coordenada pelos promotores Luciano Pitta, Everardo Yunes, do MPE de Camaçari, e Ana Isabel Ribeiro Souza, do Ministério Público de Dias D’Ávila, também lacrou o poço artesiano sem licença e funcionando em área de preservação ambiental, de onde a empresa extrai a água para engarrafar e comercializar. Além de não possuir licença fornecida pelo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), a empresa descartava de forma irregular e sem controle, parte da água extraída.
A ação também fechou as unidades de reciclagem de matérias primas e produção de novos recipientes que funcionavam de forma irregular. Além de possuir autorização para produzir, a Divisa constatou que parte dos plásticos usados na fabricação de garrafões são de origem duvidosa. Segundo o coordenador da equipe da Divisa, Orion de Queiroz Carreira Filho, os garrafões de 20 litros produzidos na unidade apresentaram coloração e cheiro incompatíveis com embalagem para acondicionamento de água para consumo humano. Amostras do produto foram levadas para exame no Laboratório de Salvador. A grande quantidade de material de cor azul, usado na pigmentação das garrafas e embalagens prontas, mas com selo “em teste”, também foram apreendidas para exames.
Um dos coordenadores da ação, o promotor Everardo Yunes considerou gravíssimo o descontrole com os restos de matéria prima descartados em áreas de vegetação nativa. O acondicionamento do lixo, ao lado da unidade de produção de novos garrafões, foi outra irregularidade constatada pelo representante do MPE.
Com o fechamento a engarrafadora manda para casa cerca de 130 funcionários e deixa de envasar 20 mil garrafões de 20 litros por dia. A suspensão da produção, a maior do Brasil para esse tipo de embalagem, segundo a própria empresa, vai representar um prejuízo diário estimado em mais de R$ 150 mil.
O gerente da empresa, Jurandir da Rocha, único que se apresentou com a chegada da Força Tarefa, foi preso em flagrante e está custodiado na 18ª Delegacia de Camaçari. A expectativa é de que o representante da empresa seja liberado ainda hoje mediante pagamento de fiança.
Fonte: Camaçari Agora
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