O subtenente continua na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Geral do Exército
Da Redação (redacao@correio24horas.com.br)
O subtenente Francilewdo Bezerra acordou de um coma induzido na semana passada e está voltando à consciência aos poucos. Na segunda-feira (24), segundo a Tribuna do Ceará, ele foi informado da morte do filho autista, envenenado. O advogado dele, Wlamir Medeiros, diz que ele se lembra de pouca coisa, mas ficou chocado ao saber que é acusado pela morte de filho.
"Toda a equipe médica disse que ele perguntava pela mulher e pelos filhos, sem saber o motivo de não receber visita deles. Quando deram a notícia, piorou o quadro de saúde, passou a ter febre. A médica pediu para conversar o mínimo possível", contou o defensor. A mulher do subtenente, Cristiane Renata Coelho,contou em depoimento que o marido envenenou o filho e também tentou matá-la da mesma maneira.
O militar lembra de pouca coisa do dia da morte do filho. Ele se recorda de ir ao supermercado e de que estava tudo bem. "É o que as imagens da câmera do mercado mostram. Ele tem a impressão de que, depois disso, foi pedido comida em algum lugar, não lembra se foi ele ou a esposa que pediu, e jantou. Coisa de rotina. Imagino que aí seja um dos pontos importantes para elucidar a questão", acrescenta o advogado.
(Foto: Reprodução)
O subtenente continua na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Geral do Exército.Ele está internado há mais de 10 dias, depois de ter ingerido o mesmo agrotóxico proibido ingerido pelo filho de 9 anos. Segundo o advogado, ele pensava que estava internado por outro motivo.
O advogado acredita que faltam argumentos para manter seu cliente preso e vai pedir relaxamento da prisão em flagrante. O subtenente foi autuado por homicídio, lesão corporal e violência doméstica, enquadrado na Lei Maria da Penha. O delegado Wilder Brito que investiga o caso aguarda melhora do subtenente para ouvi-lo em depoimento. Ele chegou a dizer que o depoimento da mulher, que durou cinco horas no último dia 19, o deixou "insatisfeito", porque ela não respondeu algumas questões. "Vários itens ainda não respondem uma série de questionamentos que estou fazendo. Não estou satisfeito com essa versão", garantiu.
Crime
Segundo a Tribuna do Ceará, o militar Francilewdo Bezerra chegou a publicar uma mensagem no Facebook falando das dificuldades que a família passava, o que reforçou a tese de que ele foi o responsável pelo crime.
"Temos dois filhos especiais. Vou levar um comigo. Obriguei ela (a mulher) a a beber vinho com seus tranquilizantes para dormir e não ver o que vou fazer. Me perdoem, família, mas a carga tá grande demais, e não aguento mais sofrer calado vendo essa mulher se anular há 10 anos", escreveu.
O subtenente diz no texto que a mulher passou a tratá-lo mais como irmão e depois pediu o divórcio. Ele diz que ela teria um caso extraconjugal. "Sei que ela nunca escondeu ser casada, e abdicou a vida pelos filhos. Queria morrer ao lado dela (…) Eu a machuquei muito, eu enlouqueci. Quem ver essa postagem veja se ainda há jeito de salvá-la", disse.
A mulher sobreviveu, mesmo tomando a medicação, mas o filho não resistiu e morreu.
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