quinta-feira, 26 de março de 2015

Copiloto se afastou por depressão em 2009, diz imprensa europeia




Ele tinha 630 horas de voo e era um funcionário exemplar, segundo Carsten Spohr, CEO da Lufthansa
O Globo


O copiloto do voo da Germanwings, acusado de provocar a queda do avião com 150 pessoas a bordo, era novo na empresa, mas havia cumprido todos os treinamentos com grau de excelência. Com 28 anos, Andreas Lubitz era da cidade de Montabaur, próxima a Franfkurt, Dortmund e Colônia. Ele tinha 630 horas de voo e era um funcionário exemplar, segundo Carsten Spohr, CEO da Lufthansa. No entanto, teria se ausentado por três meses durante o treinamento em 2009 por motivos de depressão, segundo amigos.



Investigadores acreditam que copiloto Andrea Lubitz derrubou avião (Foto: AFP)



Lubitz foi treinado pela equipe da Lufthansa em um centro especializado, a partir de 2008. Ele chegou a fazer uma pausa no treinamento, mas logo voltou - não se sabe o motivo, segundo Spohr. Ele passou em todos os exames e testes com excelência, sendo considerado um funcionário exemplar e muito dedicado. Um amigo chegou a dizer que ele se casaria no ano que vem. 

Conhecidos ouvidos pela Associated Press afirmaram que ele não tinha quaisquer sinais de depressão. Mas de acordo com a “Der Spiegel” e o “Guardian”, amigos afirmaram que o motivo de seu afastamento em 2009 foram sintomas da doença. Pessoas próximas contaram aos jornais “Bild” e “Wall Street Journal” que o sonho de Lubitz era se tornar um grande piloto. Um clube de aviação do qual fazia parte escreveu uma nota diznedo que este era seu sonho de infância.


Perguntado sobre questões religiosas ou criminais envolvendo o copiloto, o promotor público de Marselha, Brice Robin, afirmou que não havia menção a ele em qualquer lista de suspeitos de terrorismo. Não haveria quaisquer indícios que apontassem para esta hipótese, ele sustentou.

A informação foi reforçada pelo ministro alemão do Interior, Thomas de Maiziere, que disse não haver qualquer relação estimada do copiloto com o terrorismo. Lubitz morava em Düsseldorf por razões profissionais, mas ainda mantinha residência na casa dos pais, em Montabaur. O local foi revistado ela polícia nesta quinta-feira. Policiais também foram vistos perto do apartamento dele em Düsseldorf. Segundo o promotor de Marselha, Lubitz tinha pleno conhecimento dos controles e comandos da aeronave.

Ele acusou o copiloto de fazer manobras para destruir o avião deliberadamente. Robin afirmou que a teoria mais plausível para o piloto da Germanwings ficar trancado fora da cabine foi a ação do copiloto. Segundo Robin, Andreas Lubitz estaria consciente, teria negado o acesso do capitão da aeronave ao cockpit e posicionado o avião para baixo.

Robin não afirmou abertamente que acredita na teoria de suicídio, mas mostrou certeza de que o avião “foi jogado deliberadamente, para ser destruído”. Ele também afirmou que não há indícios de outros envolvidos na suposta ação. "A respiração do copiloto indicava que ele não aparentava ter um ataque cardíaco ou algo do tipo", sugeriu. Os sons que emitia eram absolutamente normais. O copiloto estava há meses na companhia e era totalmente qualificado para pilotar a aeronave. O piloto, identificado como Patrick Sonderheimer, era natural de Düsseldorf. Ele tinha mais de 6.000 horas de voo, dez anos de experiência e estava na Lufthansa há um ano.

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