O Bahia quer a manutenção dos R$ 9 milhões por ano
Bruno Queiroz (bruno.queiroz@redebahia.com.br)
A expectativa inicial era a melhor possível. Com o torcedor ávido pelo reencontro com a Fonte Nova e com a dupla Ba-Vi junta novamente na Série A do Brasileiro depois de 10 anos, a nova Arena, inaugurada no dia 7 de abril de 2013, não conseguiu o êxito previsto.
Nesta segunda, no final da tarde, o presidente tricolor, Marcelo Sant’Ana, fez um pronunciamento na sala de imprensa do Fazendão para anunciar que o clube voltará a mandar seus jogos no estádio de Pituaçu, já que o contrato com a Arena se encerra no dia 7 de abril.
Ao assinar um contrato de dois anos com o Bahia, o consórcio Fonte Nova Negócios e Participações pagou o montante fixo de 18 milhões ao tricolor, sendo nove milhões por temporada. A estimativa era de que, com o ticket inicialmente no valor médio de R$ 39 e uma média de 25 mil torcedores por jogo, a parceria rendesse lucros aos envolvidos. Nada disso aconteceu.
Bahia quer a manutenção dos R$ 9 milhões por ano (Foto: Reprodução)
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O baixo rendimento do Bahia em campo, que acumulou resultados negativos em 2013 e acabou rebaixado no ano passado, aliado a falta de entendimento entre a administração do estádio e o clube, foram alguns fatores que contribuiram para o fracasso da parceria. O Bahia quer a manutenção dos R$ 9 milhões por ano. A Fonte Nova, por sua vez, deseja diminuir o valor fixo pago ao tricolor, já que as contas fecharam no vermelho.
Nas duas temporadas anteriores, o Bahia teve uma média de público inferior aos 20 mil por partida (15,2 mil em 2013 e 11,6 mil em 2014), mesmo com a Arena diminuindo o valor do bilhete médio dos jogos de R$ 29,90 para R$ 27,35.
Proibição
Os mandatários da Arena Fonte Nova, porém, têm uma carta na manga. Em contrato de Parceria Público Privada (PPP) firmado com o Governo do Estado, nos próximos 35 anos, válidos a partir de janeiro de 2010, data em que o documento foi assinado, só poderá haver jogo em outra praça pública de Salvador com a anuência da Fonte Nova Negócios e Participações. Ou seja, por contrato, o Bahia estaria proibido de mandar seus jogos em Pituaçu.
Na cláusula 12.3 do documento, o ‘recado’: “O Poder Concedente, ciente que a maximização da realização de eventos, notadamente jogos de futebol, no Estádio da Fonte Nova é fundamental para viabilidade econômica de sua operação, compromete-se a envidar seus melhores esforços para que as partidas de futebol oficiais dos maiores clubes do Estado da Bahia, notadamente Esporte Clube Bahia e Esporte Clube Vitória sejam realizadas no Estádio da Fonte Nova. Para dar efetividade a essa Cláusula, fica desde já estabelecido que o Poder Cedente não permitirá a realização de jogos oficiais de futebol no Estádio de Pituaçu, salvo indisponibilidade justificada da Arena para a realização do respectivo evento”, diz o texto.
A Sudesb, entidade que administra o estádio, afirmou ainda não ter sido notificada pelo tricolor. O diretor do órgão, Elias Dourado, está em viagem e não foi encontrado pela reportagem e nem pela assessoria de imprensa.
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