terça-feira, 11 de novembro de 2014

Advogado suspeito de causar acidente que matou publicitário é solto


Ele estava preso em uma cela especial na Polícia Interestadual (Polinter) desde o dia do acidente, que aconteceu no bairro do Itaigara.
Da Redação (redacao@correio24horas.com.br)





Família de advogado acusa publicitário de provocar acidente




O advogado Roberto João Starteri Sampaio Filho, suspeito de provocar o acidente que matou o publicitário Daniel Prata, 28 anos, na madrugada do último sábado, foi solto na noite desta terça-feira (11). Ele estava preso em uma cela especial na Polícia Interestadual (Polinter) desde o dia do acidente, que aconteceu no bairro do Itaigara. 

Segundo o advogado Sérgio Habib, defensor de Roberto, a Justiça aceitou um pedido de revogação da prisão preventiva. Agora, Roberto vai responder ao processo em liberdade.

Ainda de acordo com Habib, Roberto nega ter causado o acidente. Ele disse que trafegava e passou pelo cruzamento pois o sinal estava verde para ele e vermelho no sentido que o publicitário trafegava. "Quem corta, tem que prestar atenção, mesmo na madrugada", diz o advogado. Há câmeras de segurança no local e a defesa já as solicitou.

Roberto se negou a fazer exame de bafômetro, mas foi preso em flagrante porque aparentava sinais de embriaguez.

Versões
Segundo parentes de Daniel, Roberto João estava bebendo quando o acidente aconteceu. Ontem, o CORREIO revelou que o advogado foi expulso de uma boate no Rio Vermelho, momentos antes do acidente no Itaigara. Familiares de Roberto João, no entanto, apontam Daniel como responsável pela colisão. A vítima teria invadido o sinal vermelho.

"Ele (Roberto João) podia estar morto se não estivesse com o cinto de segurança. O cara também estava bebendo. Ele sai imprudentemente e cruza na frente do carro", disse um familiar, que preferiu o anonimato.

A fonte disse desconhecer que o advogado já esteja respondendo a processo por outro acidente de trânsito. Segundo o delegado Nilton Tormes, a polícia ainda não sabe quais dos dois envolvidos teria provocado a batida.

De acordo com ele, câmeras da prefeitura e da Secretaria da Segurança Pública (SSP) registraram o momento da colisão, mas as imagens ainda estão sendo analisadas. 

"Não vi as imagens ainda, mas elas já foram solicitadas. Precisamos verificar quem dos dois invadiu o sinal, em que velocidade os carros estavam". O delegado pretende ouvir amigos dos envolvidos e testemunhas do acidente.



O advogado e professor universitário Roberto João Starteri Sampaio Filho, 38 anos, envolvido no acidente que matou o publicitário Daniel Paschoaliq Prata, 28, no sábado, é um dos docentes mais respeitados e queridos da Faculdade 2 de Julho, no Garcia, onde trabalha há três anos, segundo alunos da instituição.

“Ele é uma pessoa íntegra e muito inteligente. É muito disputado. Como só dá aula aqui uma vez por semana, a turma dele sempre é cheia”, contou a acadêmica de Direito Talita Santos, 23. Roberto João é professor de Processo Penal e Prática Penal e também leciona na Unyahna, em Patamares, e é dono de um escritório de advocacia.

O professor é casado e tem dois filhos, um adolescente de 17 anos e uma menina de 7. “Tínhamos solicitado à faculdade que ele continuasse como professor da turma no próximo semestre. O pessoal está muito abalado. Estamos em oração”, afirmou a estudante de Direito Crislane Ferreira, 22.

“Queria ser estagiária dele, porque gosto de Penal. Ele não é uma pessoa ruim. Pelo contrário, é respeitado aqui”, afirmou outra aluna e admiradora Emily Santos, 21. Segundo as fontes, alguns professores e estudantes visitaram Roberto João na sede da Polinter, nos Barris, onde ele está preso desde sábado.

“É uma pessoa muito dedicada, responsável e querido de seus alunos. Estive com ele na prisão mais cedo. Roberto João está muito abatido. Não só pela situação, mas pela morte”, disse o coordenador do curso de Direito da 2 de Julho, Paulo Mascarenhas.

“Está muito abalado. O carro dele capotou e Roberto João sofreu algumas lesões. Poderia ter morrido”, afirmou o advogado do professor universitário, Sérgio Habib. Segundo ele, Roberto João nega que tenha avançado o sinal e que estivesse embriagado. “O semáforo estava aberto para ele. Estamos atrás de filmagens que provem isso. Também não há provas de que ele estivesse bêbado”, afirmou Habib.





Carro do publicitário foi destruído na batida 
(Foto: Mauro Akin Nassor)




Segundo a polícia, o professor se recusou a fazer o teste do bafômetro. O advogado de defesa, no entanto, nega e afirma que os policiais relataram a embriaguez do professor apenas com base na aparência. 

Questionado sobre o envolvimento de Roberto João em outra colisão no trânsito, no município de Palmeiras, em 2001, Habib rebateu a versão da polícia de que três pessoas teriam ficado feridas.

“Bateram no carro dele, mas não teve vítimas. Ele é réu primário”. O advogado disse ainda que vai pedir a revogação da prisão do professor. 

Médica está em coma e respira com ajuda de aparelhos

A médica Luciana Tavares Lucetti, 35 anos, que ficou ferida após a colisão na Avenida Antonio Carlos Magalhães, na madrugada de sábado, permanece internada em estado grave no Hospital São Rafael, em Salvador.

Por meio de nota, a unidade informou que Luciana deu entrada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), no domingo. “A paciente sofreu múltiplos traumas e foi submetida a procedimentos cirúrgicos”, diz a nota.

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