Metalúrgico é preso acusado de estuprar e matar jovem de 19 anos
“Acreditamos que ele seja algum tipo de serial killer”, afirmou delegado.
Crime foi registrado no dia 16 de julho, em Sorocaba (SP)
Jomar BelliniDo G1 Sorocaba e Jundiaí

O homem acusado de estuprar e assassinar a jovem Tainá Gabriele de Jesus Chagas, de 19 anos, em Sorocaba (SP) foi apresentado nesta quinta-feira (6) pela Polícia Civil. O metalúrgico Paulo Roberto de Jesus, de 42 anos, foi localizado por meio de denúncia anônima, após a divulgação das imagens dele gravadas por um circuito de segurança no dia do crime. Paulo Roberto está preso temporariamente na Cadeia de Pilar do Sul (SP). Após a conclusão do inquérito, ele pode ser indiciado por estupro e homicídio triplamente qualificado.
A prisão do acusado aconteceu na segunda-feira (3) na casa dele, no bairro Aparecidinha, Zona Industrial. “Nós acreditamos que ele seja algum tipo de serial killer”, afirmou o delegado Urban Filho, durante coletiva de imprensa na Delegacia de Investigações Gerais (DIG). O crime aconteceu no dia 16 de julho e o corpo da jovem foi localizado no dia seguinte, próximo a casa dela, em um terreno baldio, totalmente nu e parcialmente enterrado. Ela apresentava ferimentos de faca no pescoço e nas costas.
De acordo com a polícia, a presença do esperma de Paulo Roberto nos órgãos genitais da garota foi confirmado por exame. A jaqueta usada pelo homem que aparece nas filmagens foi encontrada na casa do suspeito. A polícia também vai realizar a reconstituição visual do caso para confrontar com as imagens da câmera de segurança de uma empresa.
Paulo Roberto é casado, tem dois filhos e já tem passagens por homicídio, tráfico de drogas e porte ilegal de arma. “O acusado estava preso no Centro de Detenção Provisória em Sorocabacumprindo pena por atentado violento ao pudor após tentar cometer um crime parecido com o de Tainá em São Paulo (SP), em 2008. Ele levou uma garota para um terreno baldio e tentou realizar o estupro, mas a jovem conseguiu se defender”, afirma o delegado Acácio Leite.
Quando foi solto no mês de maio, Paulo Roberto passou a morar na Vila Haro, o mesmo bairro em que Tainá. No dia do crime, ele pegava latinhas na rua para vender quando se deparou com a garota três quarteirões abaixo de sua residência.
“Provavelmente ele já conhecia a Tainá de vista. Mas não acreditamos que o crime tenha sido premeditado", informa o delegado. Apesar disto, o acusado nega ter cometido o estupro e o assassinato e afirma não se lembrar do que estaria fazendo na noite do crime. "Ele é bastante frio nas palavras e se contradiz dizendo que tem um sentimento mais forte e que não consegue se controlar. O acusado viu a vítima e não conseguiu resistir.”
Após o crime, ele se mudou para o bairro de Aparecidinha, onde começou a trabalhar como metalúrgico em uma fábrica de auto-peças. O pedido de prisão temporária foi expedido após a polícia encontrar a camiseta usada por ele no dia do crime dentro do armário do suspeito que fica na fábrica onde ele trabalhava. O resultado de uma perícia para verificar a existência de sangue na camiseta será concluído nos próximos dias.
A DIG vai levantar boletins de ocorrências em Sorocaba e região para verificar outros possíveis casos que possam ter sido realizados pelo suspeito desde que foi colocado em liberdade.
Entenda o caso
Para ajudar na identificação do criminoso, a DIG divulgou no dia 28 de outubro as imagens do circuito de segurança de uma empresa, localizada perto do local onde a jovem morava, e que registrou o momento em que Tainá foi abordada pelo suspeito.
Nas imagens, gravadas na noite do dia 16 de julho, por volta das 23h, é possível ver o momento que o suspeito passa na rua onde Tainá estava sentada no meio-fio conversando ao celular com uma amiga. Ele observa a menina sozinha, se certifica que não tem ninguém na rua e, em seguida, aborda a jovem. Duas horas depois do sumiço da jovem, o circuito de segurança da empresa volta a flagrar o mesmo homem voltando pela rua.
O corpo da jovem foi localizado no dia seguinte, 17 de julho, próximo a casa da vítima, em um terreno baldio, totalmente nu e parcialmente enterrado. O corpo apresentava ferimentos de arma branca (possivelmente de uma faca, segundo a polícia), no pescoço e nas costas.
Ainda de acordo com a polícia, durante as investigações a amiga que conversava com Tainá contou que ela teria dito "Que susto" e a ligação foi encerrada. "Essa teria sido a última frase da Tainá", completa o delegado.
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