sábado, 31 de janeiro de 2015

Dono de barbearia morto em Massaranduba cobrava dinheiro emprestado de assassino, diz morador


A polícia investiga a causa do crime. Testemunha diz que barbeiro cobrava juros sobre uma dívida contraída por um dos atiradores
Diogo Costa (diogo.santos@redebahia.com.br)


O barbeiro George de Jesus Teixeira, 31 anos, conhecido como Memeu, cortava o cabelo do enfermeiro Jorge Luís Coutinho Júnior, 33, por volta das 11h30 da quinta-feira (29), na Barbearia do Memeu, que fica na Rua Lopes Trovão, na Massaranduba, quando o local foi invadido.

O traficante Vagner Souza, o “Aguru”, de 26 anos, e um comparsa identificado pela polícia como “Tinho” renderam um policial militar que estava na barbearia, à paisana, tomaram a arma dele e matam George e Jorge Luís.



Crime aconteceu dentro da barbearia de uma das vítimas; enfermeiro também foi executado por bandidos
(Foto: Almiro Lopes)


Antes de atirar contra as duas vítimas, a dupla mandou que o policial deixasse a barbearia, alegando que o problema seria resolvido com George. Após a saída do policial, as duas vítimas também foram rendidas. Com a pistola roubada do PM, Aguru efetuou dois disparos contra George, que morreu no local.

Em seguida, Jorge Luís – que já estava rendido no chão da barbearia – recebeu um tiro na cabeça, disparado por Tinho. Segundo informações do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) - que cuidará do caso - a motivação do crime ainda está sendo investigada, uma vez que as duas vítimas não tinham passagem pela polícia.

No entanto, segundo uma testemunha que preferiu não se identificar, o crime teria ocorrido porque Aguru devia a George, que teria emprestado dinheiro ao traficante e cobrava juros sobre a dívida.

Corre-corre 

Os tiros efetuados por Aguru e Tinho, segundo vizinhos da barbearia, causaram corre-corre. “Eu estava em minha casa quando a minha prima, que está grávida de nove meses, me ligou, apavorada, dizendo que tinha ouvido quatro tiros e que tinha visto um corre-corre pela rua. Esperei um tempo e corri para cá para saber como ela estava”, relatou um morador do bairro, sob anonimato.

Ainda segundo populares, o salão de George funcionava no local há dois meses, mas ele era morador da Travessa Alagados, no bairro do Uruguai, onde também residem os dois suspeitos de terem cometido o duplo homicídio, segundo o diretor do DHPP, delegado Jorge Figueiredo.

O policial não ficou ferido e não teve o nome revelado pelo DHPP. Ele é aguardado para prestar depoimento, mas ainda não havia sido ouvido até a noite da quinta-feira (29). 

Após o crime, policiais da 17ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM/Uruguai) isolaram o local do crime para a perícia. Familiares das vítimas não foram encontrados para falar sobre o crime. Pela tarde, guarnições da 17ª Companhia fizeram rondas pelo bairro em busca dos assassinos, sem sucesso.

Aguru, acusado de matar George, já é procurado pela polícia

Vagner Souza, o Aguru, é considerado um dos principais traficantes da Massaranduba. Ele também é acusado de ter cometido homicídios na Cidade Baixa. Segundo o diretor do DHPP, Jorge Figueredo, Vagner tem mandados de prisão em aberto por homicídio e é considerado foragido da polícia.

No aplicativo Sinesp Cidadão, do Ministério da Justiça, ele também tem mandados em aberto por roubo. Por conta dos crimes, o nome de Vagner consta no Sistema de Informação para Proteção à Pessoa, idealizado para que a população ajude a denunciar foragidos.

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