quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Lava-jato: Empreiteiro quer Jaques Wagner e Paulo Bernardo como testemunhas



Por Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)
Advogados de Ricardo Pessoa, acusado de coordenar o “Clube das Empreiteiras”, querem ouvir ministro da Defesa, ex-ministro das Comunicações, além de quatro deputados federais
 
A defesa de Ricardo Pessoa, acusado de liderar o chamado “Clube das Empreiteiras”, quer incluir como testemunhas do empresário o ministro da Defesa, Jaques Wagner, o deputador Arlindo Chinaglia (PT-SP), candidato à Presidência da Câmara, além do ex-ministro das Comunicações Paulo Bernardo e outros três deputados federais: Paulinho da Força (SD-SP), Arnaldo Jardim (PPS-SP) e Jorge Tadeu Mudalen (DEM-SP).
 
O empresário, dono da UTC, está preso desde novembro na carceragem da Polícia Federal em Curitiba. No início de janeiro, ele divulgou uma carta levantando suspeitas nos contratos firmados entre empreiteiras e a Petrobras, além de recursos doados para a campanha da presidente Dilma Rousseff.
 
A petição da defesa não explica os motivos das escolha dos políticos no rol das 22 testemunhas a serem ouvidas em seu processo. Em texto de seis folhas publicados em janeiro pela revista “Veja”, Pessoa manda recado a integrantes do governo Dilma. No trecho intitulado “Consciência de governo”, o executivo diz:
 
“Vale para o Executivo também. As empreiteiras juntas doaram para a campanha de Dilma milhões. Já pensou se há vinculações em algumas delas. O que dirá o nosso procurador-geral da República. STF a se pronunciar”, anotou.
 
Em outra parte, o empresário cogita que alguém denuncie o suposto elo entre o esquema na Petrobras e a campanha presidencial. “Edinho Silva (tesoureiro da campanha de Dilma) está preocupadíssimo. Todas as empreiteiras acusadas de esquema criminoso da Operação Lava-Jato doaram para a campanha de Dilma. Será se (sic) falarão sobre vinculações campanha x obras da Petrobras?”, questiona.
 
O empreiteiro também afirma que o esquema desvendado pela Polícia Federal pode ser maior: “A Operação Lava-Jato vai caminhando e está prestes a mostrar que o que foi apresentado sobre a área de Abastecimento da Petrobras é muito pequeno quando se junta tudo a Pasadena, SBM, Angola, esquema argentino, Transpetro, Petroquímica e outras mais. Ah, e o contrato de meio ambiente na Petrobras Internacional? Se somarmos tudo, Abastecimento é fichinha”, escreveu.
 
 
Em 49 páginas, apesar de convocar integrantes do Executivo e do Legislativo, a defesa de Pessoa foge da argumentação política. De acordo com os advogados, eles não tiveram acesso à íntegra dos documentos que embasaram a acusação contra o empreiteiro. Eles negam que o empresário tenha cometido crime de lavagem de dinheiro.
 
A petição assinada pelos advogados Alberto Toron, Carla Domenico, Renato Martins e Luisa Moraes Abreu Ferreira diz ainda que a denúncia de corrupção é genérica e insuficiente. Eles contestam ainda a tese do MPF de que os contratos assinados entre a UTC e a Sanko, apontado pelos investigadores como o caminho para o desvio de recursos na Petrobras, foram fictícios.
 
Os advogados defendem que a acusação contra Pessoa é “fraca” por não denunciar as empresas supostamente envolvidas com a UTC em esquemas, como Andrade Gutierrez, Odebrecht, além do ex-diretor de Engenharia e Serviços da Petrobras, Renato Duque.
 
Fonte: O Globo

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