Coletivo de Entidades Negras e outros líderes entregaram carta
Da Redação (redacao@correio24horas.com.br)
(Foto: Divulgação/MPF)
O Ministério Público Federal na Bahia divulgou nota nesta segunda-feira (23) informando que vai instaurar inquérito civil a partir de uma representação contra intolerância religioso feita pelo Coletivo de Entidades Negras (CEN), que denunciaram os "Gladiadores do Altar".
O coletivo foi esta tarde até a sede do MPF e entregou ao procurador-chefe do MPF-BA, Pablo Barreto, e ao procurador Regional dos Direitos dos Cidadãos substitutos, Edson Abdon, uma carta aberta com documentos e vídeos denunciando casos de intolerância religiosa e ataques às religiões de matriz africana.
"Nossa obrigação constitucional é proteger os pilares da integridade religiosa. A representação será protocolizada, distribuída, vai receber um número e um procurador da República será designado para atuar no caso" disse o procurador-chefe aos representantes do Cem e de terreiros de candomblé de Salvador. Já o PRDC substituto, Edson Abdon, reforçou que o MPF vai atuar na defesa da liberdade religiosa.
Houve um ato em frente à sede do MPF que contou com o coordenador do CEN Luiz Paulo Bastos, o babalorixá Pecê de Oxumarê, Egboni Nice, do Terreiro da Casa Branca, Makota Valdina, líder comunitária e religiosa do Terreiro Angola Tanusi Junsara e Mãe Jaciara Ribeiro, do Ilê Axé Abassá de Ogum.
Gladiadores
Membros da Iurd, os gladiadores são participantes de um novo projeto da instituição, que começou em janeiro deste ano e, segundo a igreja, tenta ajudar rapazes que querem fazer trabalho missionário. Se você nunca ouviu falar deles, talvez queira dar uma olhada em alguns vídeos que caíram na internet nas últimas duas semanas. Foi bem aí que os gladiadores saíram do interior da igreja para dar o ar da graça no noticiário nacional.
A Casa de Oxumarê, um dos mais antigos terreiros de candomblé da Bahia, divulgou uma carta aberta às autoridades, na semana passada, para que investiguem a finalidade dos Gladiadores do Altar (GA).
"Quando fomos notificados da existência desse grupo, imediatamente causou um impacto de medo, por conta do histórico da Igreja. Eles sempre tiveram uma ação de promover o ódio religioso, com o objetivo de tentar erradicar e exterminar as religiões de matrizes africanas", explicou o babalorixá da Casa, Pai Pecê.
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