« NEY FRANCO, GLÓRIAS E RUÍNAS
O MÉDICO E O MONSTRO
Os idiotas da objetividade, que se apegam à numerologia & estatística, poderão argumentar que perder para o Internacional por 1 x 0 é um resultado perfeitamente aceitável. Na mesma toada, os adeptos da historiografia acrítica, depois de remorem seus frágeis pergaminhos, irão assegurar que, além de tudo, se deve dar um desconto na derrota, pois a peleja foi exatamente no dia da reinauguração do Beira Rio.
Porém, amigos de infortúnios, a verdade que salva e nem sempre liberta é uma só: se futebol rimasse com justiça, este jogo, só no 1º tempo, teria terminado 129 x 0 para o colorado.
Os 45 minutos iniciais foram infames. O Vitória jogou contra um dos favoritos ao título nacional como se estivesse enfrentando uma injúria qualquer do JABAZÃO/2014. O time desconsiderou até aquela regra básica de que, quando se é inferior no aspecto técnico-tático, torna-se obrigatório a superação na garra.
Mas necas. O time foi só displicência. Noves fora o goleiro Wilson, que salvou o frágil patrimônio em algumas oportunidades, apenas o solitário Marquinhos lutava em vão para produzir algo. Ah, sim, outro destaque do Rubro-Negro na etapa inicial foi o zagueiro Paulão, que se esforçava bastante para entregar a rapadura. O resto era uma infâmia só.
Porém, na última volta do ponteiro no 1º tempo, o Leão foi bafejado pela sorte e ganhou um reforço fundamental: a contusão do lateral Mansur. Aliás, é preciso rechaçar uma tese que circula por aí, garantindo que o referido tem vestido a camisa 6 porque vai ser vendido. Amigo, não espalhe esta culhuda, não. Se o Vitória realmente quisesse vendê-lo deveria deixá-lo sempre no banco. Se continuar botando ele pra jogar de titular, vai ficar difícil a venda. Num tem edição de DVD que dê jeito.
Mas, desta competente e profissional direção do Vitória se pode esperar tudo. Não foi à toa que eles colocaram o menino Euler, nosso melhor lateral e quiçá melhor jogador, literalmente na fogueira, num sol disgramado de uma quinta-feira para jogar o sub-20 e ser presenteado com uma contusão no tornozelo. Francamente, este setor de inteligência do Clube e suas estratégias só me causam orgulho, pois tem ideias insuperavelmente criativas.
Mas derivo. É hora de voltar ao gramado.
Na segunda etapa, com o reforço da ausência de Mansur, o time se aprumou um pouco e voltou a praticar algo parecido com futebol. Por mais incrível que possa parecer, conseguiu até chutar umas bolas na meta defendida pelo inquebrantável Dida.
É fato que, nos 45 minutos finais em Porto Alegre, o Vitória não foi ainda aquele time insinuante do segundo semestre de 2013, mas, ao menos, já superou a fase monstruosa deste início de ano. É preciso, portanto, que o Dr. Ney Jekyll Franco se mire no exemplo e controle urgentemente o seu lado Mr. Hyde.
Apesar da semana santa já ter acabado, continuemos a orar.
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