Em 2013 foram realizados 116 transplantes de rim; a lista é de 999 pessoas.
Deveríamos fazer 400 cirurgias, diz coordenador de transplantes na BA.
Maiana Belo
Do G1 BA
Laila Lobo, 24 anos, vai passar por hemodiálise até encontrar um doador de rim.
(Foto: Laila Lobo/ Arquivo Pessoal)
(Foto: Laila Lobo/ Arquivo Pessoal)
A lista de espera para transplantes de rim na Bahia possui 999 pessoas, mas em 2013 foram realizadas somente 116 cirurgias, número que ainda não é favorável, segundo a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab).
Do total, 93 transplantes utilizaram órgãos de pessoas que tiveram morte encefálica, enquanto 23 rins vieram de pessoas vivas.
Em 2014, segundo dados da Seab, até junho já foram realizados 49 transplantes do órgão. Do total, 36 rins vieram de pessoas mortas, enquanto a doação feita por pessoas vivas resultaram em 13 transplantes.
"30% dos pacientes que fazem diálise estão precisando fazer o transplante de rim", afirma Eraldo Moura, coordenador de transplantes da Sesab.
"Deveríamos fazer cerca de 300 a 400 transplantes por ano, mas ainda não conseguimos alcançar essa meta. Estamos trabalhando muito para conscientizar a sociedade com relação ao doador falecido, porque com essa doação você pode evitar que uma pessoa em vida tenha que doar e passar por um processo curúrgico", acrescenta.
Laila vestida de noiva no dia do casamento (Foto: Laila Lobo/ Arquivo Pessoal)
Entre os pacientes que estão à espera de um rim está Laila Lobo de Amaral, 24 anos. Há dois anos, ela descobriu insufuciência renal crônica. O diagnóstico foi dado em 2012, sete meses após se casar com o auxiliar administrativo Wendel Soares de Souza, 33 anos.
"Eu sentia muitas dores e ia diversas vezes a emergências, mas ninguém sabia dizer o que eu tinha. Um dia fui em uma médica que pediu vários exames e acabou diagnosticando insufuciência renal crônica. Ela me explicou que eu precisaria fazer uma dieta, mas que um dia eu ia precisar passar por diálise e até transplante", explica Laila.
Este ano, após sentir muitas dores e precisar ficar internada, Laila foi comunicada que precisaria fazer hemodiálise até encontrar um doador compatível. "Já sabia da minha situação, mas não imaginava que fosse agora. Na minha família não tem doador compatível, espero contar com a ajuda de outras pessoas", diz.
Laila e a amiga Amanda Matos, idealizadora da campanha nas redes sociais.
(Foto: Amanda Matos/Arquivo pessoal)
Para entrar em contato com a Central utilize o Disque-tranplantes: 0800 284 0444.
Laila e o marido Wendel no dia em que se casaram. (Foto: Laila Lobo/ Arquivo Pessoal)
Outra amiga de Laila divulga a campanha nas redes sociais. (Foto: Reprodução / Facebook)
Campanha para doação é compartilhada nas redes sociais por uma das amigas de Laila. (Foto: Reprodução / Facebook)
(Foto: Amanda Matos/Arquivo pessoal)
Comovida com a situação, uma amiga de Laila, Amanda Matos resolveu fazer uma campanha nas redes sociais para encontrar um doador compatível.
"Nos conhecemos na igreja e ver minha amiga no estado que ela está é muito difícil. Achei que podíamos encontrar um doador pelas redes sociais", conta.
"Primeiro eu comecei a enviar a mensagem pelo Whatsapp e pedi ao meus amigos que espalhassem pelo Facebook, porque eu não tinha conta lá. Agora já tenho e divulgo por lá também", diz Amanda.
Laila conta que não perdeu as esperanças e acredita que ficará boa em breve. "Eu trabalhava, mas não aguentava mais ir porque passava muito mal. Meu marido trabalha, me ajuda, minha mãe também. A minha esperança continua a mesma do início. Deus está no controle e todas as coisas cooperam para o bem", fala.
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Por conta da campanha nas redes sociais, seis pessoas já se interessaram em ajudar Laila, sendo que de todas essas, ela só conhece uma. "Só conheço Caroline, uma amiga da mesma igreja que a minha. Espero que a campanha dê certo. Agora vou voltar na médica para informar o interesse dessas pessoas e para que elas possam começar a fazer o exame", explica.
De acordo com Laila, caso uma das pessoas seja compatível, ainda será necessário fazer um pedido na Justiça para a liberação do transplante, pois os doadores disponíveis não fazem parte da família dela.
Doador
Para ser um doador, não é necessário fazer nenhum documento por escrito. Basta que a sua família esteja ciente da sua vontade. Assim, quando for constatada a morte encefálica do paciente, uma ou mais partes do corpo que estiverem em condições de serem aproveitadas poderão ajudar a salvar as vidas de outras pessoas.
Os órgãos que podem ser doados em vida são o fígado, rim, pâncreas e medula óssea.
A Central Estadual de Transplantes de Órgãos é o setor da Sesab responsável por notificar, captar e distribuir os órgãos para os receptores e garantir transparência no processo de doação. É também onde efetiva-se a inscrição dos pacientes na lista de espera de cada órgão.
Laila e o marido Wendel no dia em que se casaram. (Foto: Laila Lobo/ Arquivo Pessoal)
Outra amiga de Laila divulga a campanha nas redes sociais. (Foto: Reprodução / Facebook)
Campanha para doação é compartilhada nas redes sociais por uma das amigas de Laila. (Foto: Reprodução / Facebook)
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