Parreira diz que sua saída tem que ser encarada com naturalidade. "Era um fato esperado"
Da Redação (redacao@correio24horas.com.br)
O coordenador Carlos Alberto Perreira, coordenador técnico da seleção brasileira durante a Copa do Mundo, afirmou em entrevista na ESPN que acha que a seleção não deveria ter um treinador estrangeiro. Parreira, como toda a comissão técnica, foi afastado depois do final desastroso do Brasil na Copa, com goleada para a Alemanha na semifinal e derrota para a Holanda na disputa pelo 3º lugar.
Parreira diz que sua saída tem que ser encarada com naturalidade. "Sempre considerei como um cargo com prazo de validade, que vai de uma Copa até a outra, ganhando ou perdendo", diz. "Era um fato esperado". Ele disse que a comissão nunca fez planos para depois da Copa e que era combinado que haveria uma conversa com a CBF independente do resultado.
Para Parreira, é preciso que para o futuro se pense de maneira mais abrangente. "Até já começou a melhorar a formação treinadores, mas ainda é pequeno. Os europeus fazem isso há mais de 20 anos. Vou fazer um relatório e mandar", diz. Ele citou o jogador Fernandinho, que afirmou que apesar de brasileiros, os jogadores estão sendo formados no exterior.
"Vamos pensar no futuro o que pode se feito para não acontecer mais. Fica muito claro que não é fácil ganhar a Copa e que qualquer equipe pode passar por uma entressafra. Temos que fazer como os alemães que se preparam há dez anos, e não interromper um trabalho a cada um ou dois anos", acredita. Para ele, o papel da CBF é incentivar os clubes, que são os verdadeiros formadores de atletas. "Precisamos que os clubes invistam nas divisões de base e temos que formar em casa os jogadores", disse.
A Alemanha é um time formado há dez anos, super experiente, com mais de 120 jogos, que vem sendo preparado. Joachim Low nunca tinha feito uma final e foi o primeiro título dele em dez anos. É questão de trabalho, intercâmbio. Sou a favor de fazer esses cursos fora do país. Precisamos que os clubes invistam nas divisões de base e temos que formar em casa os jogadores.
Parreira falou sobre desempenho da seleção na Copa (Foto: Divulgação
"Importante ser otimista"
Parreira também foi questionado sobre sua frase antes da Copa dizendo que o Brasil já tinha uma mão na taça. Ele afirmou que apenas buscava ser otimista. "Você já imaginou algum líder de alguma entidade importante falando que vamos entrar para participar e pedindo um terceiro lugar? Disse com convicção, achando que poderíamos ser campeões. É importante ser otimista".
Ele repetiu o discurso de que foi importante ficar entre os quatro melhores - a primeira vez desde 2002 que a seleção chega entre os semifinalistas. A derrota por 7 1 para a Alemanha "foi uma vergonha", mas já acabou. "Quantas vezes, em 100 anos perdeu de sete? Não vai acontecer uma segunda vez.Foi vergonhoso, desastroso, e assimilamos tudo", defende.
Para ele, o legado da seleção é "intangível" pelo fato de o torcedor ter se unido com o grupo de jogadores. "Mesmo após a derrota por 7 a 1, fomos a Brasília e vimos crianças e o povo todo cantando e incentivando. O Brasil voltou a cantar seu hino, as pessoas sentiram orgulho de algo".
Já sobre o técnico estrangeiro, ele diz ser um assunto que o constrange. "Acho que não há necessidade de estrangeiro em qualquer seleção grande. Não deu certo na Inglaterra. Foi um fracasso com Eriksson e o Capello. Grandes seleções têm que ser treinadas por técnicos locais", acredita.
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