Polícia investiga pacto de morte entre adolescentes na Serra gaúcha

Suelen Mapelli
suelen_mapelli@rdgaucha.com.br
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A mãe de uma menina de 14 anos, que cometeu suicídio na última sexta-feira (26) em Gramado, disse à Rádio Gaúchanesta tarde que não tem informações sobre um pacto de morte entre adolescentes na Serra. No entanto, ela acredita que a filha possa ter sido influenciada a se matar por meio das redes sociais.
"Existe um grande comentário desse grupo no Whatsapp. Mas eu não teria (motivo) para a minha filha entrar nisso, mas pode ser que alguém levou ela a entrar nisso”, afirmou a mulher, que teve o nome preservado.
Ela disse ainda que sempre teve acesso às senhas das redes sociais da filha e nunca percebeu nenhuma atitude estranha. Mas confirmou que no último mês a garota mudou o comportamento.
“Eu sempre acompanhei Facebook, Whatsapp, sempre tinha senha, acesso às coisas dela, a não ser no último mês que ela não queria que eu tivesse acesso às coisas dela”, disse.
O delegado Gustavo Barcellos, um dos responsáveis pela investigação sobre as mortes da adolescente de Gramado e de uma jovem de 18 anos, de Canela, disse em entrevista ao Gaúcha Repórter que os indícios apontam um “pacto de morte”. A polícia passou a investigar a relação entre os casos após comentários em redes sociais e depoimentos de pessoas próximas às duas.
A suspeita é de que pelo menos 15 pessoas participavam de um grupo pelo aplicativo de mensagens Whatsapp, sendo a maioria meninas entre 12 e 18 anos. As combinações teriam ocorrido em outras duas redes sociais.
“A linha de investigação que cada vez mais se acentua é no sentido de que havia um prévio acordo por meio de um grupo fechado nesse sentido", disse o delegado.
Além das mortes, duas jovens deram entrada nos hospitais das cidades de Canela e Gramado neste semana com cortes no corpo. Também nesta semana, uma jovem que prestou depoimento na delegacia sobre a morte da adolescente de Gramado apresentava cortes nos pulsos.
"Uma delas nós já ouvimos, é a melhor amiga dessa menina Gramado. Ela apresentava cortes nos dois pulsos. Estava bastante reticente, fechada. O que nós conseguimos apurar com ela é que o pacto era um pacto de amizade. Mas as outras provas que nós temos dizem outra coisa, que na verdade era um pacto para cometer esse ato (suicídio)", completou o delegado.
No dia anterior à morte da adolescente de 14 anos, ela e outroas cinco jovens foram flagrados na escola consumindo um medicamento psiquiátrico. O remédio pertencia a uma pessoa do grupo tem prescrição para tomar o medicamento. Quando o consumo foi flagrado, os cinco foram levados à direção e os pais chamados.
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