Espanha tem despedida digna com vitória sobre Austrália por 3 a 0
Espanha sai da Copa do Mundo com um pouco de dignidade, ficando em 3º no grupo B
A Espanha entrou em campo nesta segunda-feira preocupada apenas em recuperar um pouco do prestígio e do orgulho tão abalados com a eliminação precoce na Copa do Mundo. Se esteve longe de ser brilhante ou de ao menos lembrar seus melhores dias, a seleção espanhola contou com grande atuação de David Villa e lampejos de Iniesta para vencer e deixar a competição sem a vergonha de ser a última colocada do Grupo B.
Pior para a Austrália, que caiu por 3 a 0 na Arena da Baixada, em Curitiba, e voltará para casa com a indesejada lanterna do Grupo B, sem um ponto sequer. Atuais campeões do mundo, os espanhóis já não tinham chances de classificação, depois de serem goleados pela Holanda (5 a 1) e de terem perdido para o Chile (2 a 0).
O desânimo dos jogadores ficou evidente ao longo dos 90 minutos na Arena da Baixada, mas a vitória veio. Muito em função, é verdade, da fragilidade técnica da Austrália, que teve na dificuldade imposta aos holandeses, na derrota por 3 a 2, seu melhor momento no Mundial - na estreia, perderam para os chilenos por 3 a 1.
Talvez como forma de punição a alguns dos principais astros, que fizeram papel tão decepcionante no Brasil, ou como forma de dar uma chance aos reservas, o técnico Vicente del Bosque entrou em campo com apenas quatro jogadores que vinham sendo titulares até então (Sergio Ramos, Alba, Xabi Alonso e Iniesta).
Entre as novidades, David Villa, maior artilheiro da história da seleção, que fazia a sua última partida com a camisa espanhola. E ele queria deixar uma última boa impressão.
Em meio ao descaso de seus companheiros, o atacante parecia jogar uma final de campeonato durante os 55 minutos em que esteve em campo, tamanha a vontade apresentada em campo, e foi recompensado com um belo gol. Substituído, recebeu os merecidos aplausos pela atuação e por toda a trajetória defendendo a Espanha.
Foto: AFP
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O JOGO
A Austrália começou melhor, com a posse de bola no ataque e tentando chegar nos cruzamentos. A ousadia australiana e o descaso espanhol com a partida motivaram as primeiras provocações aos europeus, com o grito de “eliminados” entoado pela torcida brasileira antes mesmo dos 10 minutos do primeiro tempo na Arena da Baixada.
Em busca de um gol na sua despedida, Villa parecia ser o único espanhol realmente interessado na partida e era o homem mais acionado nos primeiros minutos. Aos 20, ele recebeu lançamento preciso de Iniesta e tentou a finalização de primeira, mas isolou. Aos 22, deu lindo toque de calcanhar que deixou Alba de frente para o gol, mas Ryan fechou bem o canto e defendeu.
O primeiro tempo seguiu com o mesmo cenário: a Austrália sem criatividade, a Espanha sem vontade e com Villa tentando fazer algo de diferente em campo. Aos 33 minutos, ele recebeu pela esquerda, pedalou, passou por seu marcador e cruzou, mas a bola passou por todo mundo. De tanto insistir, ele marcou o primeiro gol do jogo, em um raro lampejo da seleção espanhola. Aos 35 minutos, Iniesta mostrou a técnica costumeira e enfiou bola perfeita para Juanfran pela direita.
O lateral foi à linha de fundo e rolou para Villa, que tocou de letra, com muita categoria, para a rede. Antes que o primeiro tempo terminasse, Villa ainda criaria um novo bom momento, em ótima enfiada de bola para Alba, que tocou sobre o goleiro e parou na defesa. Mas logo na volta para a etapa final o atacante foi substituído, sob aplausos.
Já no banco, ele se sentou e chorou, talvez em um misto de sensações, com a emoção pelo adeus e a insatisfação de ser tirado de campo tão cedo em sua despedida, e quando era o melhor em campo.
Melhor desde a volta do intervalo, a Austrália já dominava a posse de bola e se empolgou na busca pelo empate. A equipe ia bem até a intermediária adversária, mas a partir daí a deficiência técnica impedia a criação de boas oportunidades. Mas do outro lado sobrava qualidade, mesmo que adormecida neste Mundial.
Na segunda vez em que fez o que dele se espera, Iniesta encontrou mais um companheiro sozinho. Desta vez foi Fernando Torres, que só teve o trabalho de tocar na saída do goleiro e ampliar o placar aos 23 minutos.
Aos 36 minutos, saiu o terceiro. Fàbregas recebeu pela esquerda e lançou para Mata, que dominou e tocou entre as pernas do goleiro para marcar. Foi o suficiente para que os espanhóis abdicassem de vez da criação, enquanto os australianos já não tinham motivação para atacar. Pelo menos, foi uma despedida digna para a campeã mundial Espanha.
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