segunda-feira, 23 de junho de 2014

Só elogios ao Chile, Felipão admite: "Se pudesse, escolheria outro rival"


Técnico do Brasil aprova a entrada de Fernandinho, mas esconde o jogo sobre mudanças após goleada sobre Camarões e confirmação do primeiro lugar do Grupo A


Por Alexandre Lozetti e Martín FernandezBrasília


PRINCIPAIS TRECHOS DA COLETIVA DE FELIPÃO


Com a missão cumprida na primeira fase da Copa do Mundo, após a goleada por 4 a 1 sobre Camarões, em Brasília, nesta segunda-feira, a seleção brasileira volta suas atenções para o Chile, adversário das oitavas de final. Na entrevista coletiva no estádio Mané Garrincha, o técnico Luiz Felipe Scolari fez questão de deixar claro o respeito que tem pelo rival do próximo sábado, no Mineirão, às 13h.

- Se eu pudesse escolher, escolheria outra seleção (para enfrentar). Porque eu vi jogos do Chile, joguei contra o Chile e vi as qualidades. Algumas pessoas não viam dessa forma e achavam que o Chile seria descartado logo. Eu acho o (rival) mais difícil. Tem catimba, tem qualidade, organização. Eles têm tudo.

Questionado na entrevista coletiva sobre as boas atuações de Fernandinho e Ramires - que entraram na segunda etapa nos lugares de Paulinho e Hulk -, o técnico não quis antecipar se ambos "se escalaram" para o jogo contra o Chile.

- Vou analisar normalmente os jogos amanhã, quando estivermos com a adrenalina fora do corpo, sem emoção. Depois você observa o vídeo da partida e pode interpretar de outra forma. E vou analisar o Chile, que é o nosso adversário. Vamos mudar os horários de treinamentos e fazer adaptações para chegar ao jogo de sábado tranquilos e com a melhor equipe - afirmou o treinador da Seleção.

Felipão disse que a entrada de Fernandinho foi "providencial", e que só o colocou no time porque "está observando no dia a dia" e sabia ser este "o momento certo". O técnico disse ainda que viu evolução em relação aos dois jogos anteriores da Seleção nesta Copa do Mundo. 



PRINCIPAIS TRECHOS DA COLETIVA DE FELIPÃO
Felipão orienta a Seleção na vitória sobre Camarões em Brasília (Foto: Reuters)

TORCIDA
- Nós estamos nos sentindo à vontade em todo o Brasil. Mesmo um ou outro detalhe que durante o jogo a gente não tenha feito corretamente, o incentivo tem sido tal que nos leva a corrigir, a melhorar. Nos sentimos em casa em Brasília, Fortaleza, em qualquer lugar do Brasil. Mesmo onde não jogamos, o apoio que nós recebemos é muito grande.

FERNANDINHO
- A entrada do Fernando foi boa, providencial, criou situações de ataque, bom passe, foi bem. Por isso que ele está trabalhando no dia a dia. Tem uma frase muito importante na vida: "a natureza não dá saltos, é devagar". O que nós estamos tentando colher vem progressivamente. Dia a dia, jogo a jogo. Foram quatro gols, poderiam ter sido sete ou oito, e poderíamos ter concedido mais um ou dois. Temos que progredir mais, se quisermos passar pelo Chile, que é muito bom.

LIGAÇÃO DIRETA
- Vocês viram no trabalho de dois dias atrás, o quanto trabalhamos as jogadas de penetração da ponta para o meio, porque Camarões marca muito alto. Tivemos uma ou duas jogadas que poderiam ter sido gol no início do jogo. Estamos tentando mostrar mais que precisa de calma. Com tranquilidade a gente faz o resultado. Alguns altos e baixos, o que é normal. Mas no geral melhoramos um pouco mais.

BOLA LONGA
- Tivemos um pequeno problema no primeiro tempo, que o Oscar se juntou aos atacantes. Quem tinha que vir buscar a bola eram Oscar e Hulk, e corrigimos no intervalo. Durante o jogo ninguém escuta ninguém. Depois de corrigidos esses detalhes, a gente trabalhou bem a bola. Na primeira bola longa, uma chance, na segunda, outra chance, aí acha que vai dar certo.

PRIMEIRA FASE
- Não tivemos problema nenhum de lesão, nenhuma dificuldade no trabalho, acrescentando alguma coisa a mais e chegamos à classificação, que foi difícil. Camarões poderia estar disputando a classificação, acho impossível que esse time tenha três derrotas. Estamos quase num nível ideal. 

COPA NO BRASIL
- Estou muito feliz, orgulhoso. Penso que todos aqueles estrangeiros que aqui vieram estão sendo recebidos de forma maravilhosa, vivenciando o que é o Brasil.



FRED
Ele também estava muito ansioso. Tem que fazer a parede, escorar, tem posição física, ele estava se livrando muito rápido da bola, afoito para fazer o gol. E as coisas vão acontecer naturalmente, na Copa das Confederações também foi assim. Ele é da minha inteira confiança e sabe disso. Cresceu um pouco hoje, com esse gol e com essa maneira que jogou. Se notarem no vídeo, ele teve posicionamento tático diferente, ajudando também na marcação. E isso veio em benefício do Fred.



NEYMAR
Assim como a Argentina depende do Messi, craque e jogador fazem diferença no Brasil e em qualquer seleção. E Neymar é muito participativo, já elogiei muitas vezes o Muricy quando, no Santos, colocou no Neymar a marcação, deixar de criar para fazer algo pelo grupo.

DEFESA
Sobre meus zagueiros, não tenho um pingo de medo, de receio. 

LUIZ GUSTAVO
Lembro que brigamos com o Bayern para ele se apresentar antes da Copa das Confederações. Tem determinadas situações que tem que ir para o confronto. E os problemas foram solucionados. Hoje é um dos mais importantes jogadores da Seleção, mas ninguém vê muito. E nem ele gosta. 

MATA-MATA
Agora não pode errar. Na fase seguinte, não dá para ter tropeço, não pode conceder como em um ou outro jogo oportunidades tão vivas ao adversário. Vai ter que ter uma postura equilibrada, bem pensada, jogo muitas vezes de um gol. Vamos tentar fazer diferente. 

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