Sonho pós-tragédia: jovens haitianos fazem teste no Cruzeiro e no Botafogo

Sobreviventes do terremoto no Haiti, em 2010, fazem parte da Academia Pérolas Negras. Jonel, 17 anos, deseja ajudar a família que é pobre.

Jonel, de 17 anos, foi selecionado para fazer teste na base do Cruzeiro (Foto: Reprodução) No dia 8 de fevereiro os Pérolas Negras, time de crianças sobreviventes do terremoto no Haiti, enfrentaram a Seleção Brasileira de Favelas em um amistoso realizado no estádio Conselheiro Galvão, em Madureira. Os jovens venceram a disputa por 4 a 2, encantaram a torcida e também dois clubes brasileiros, um grande estímulo para o sonho de muitos deles: jogar futebol profissional no Brasil. Abalados por um terremoto, em 2010, que destruiu parte do país e matou mais de 300 mil, esses meninos acharam no Projeto de Futebol da Academia Pérola Negra uma forma de recomeçar. O atacante Jonel, 17 anos, é uma das estrelas do time, foi um dos cinco pré-selecionados pelo Cruzeiro para fazer um teste na base no mês de março. De acordo com Karla Menezes, assessora da organização Viva Rio, parceira do projeto no Haiti, somente no fim de março é que o clube vai divulgar quais serão os garotos escolhidos para permanecer na equipe. A esperança do menino é grande. - Minha família é muito pobre. Eu quero muito ajudar a minha família - disse o menino ao repórter Régis Rosing. Já o Botafogo firmou uma parceria de cooperação técnica para ajudar no desenvolvimento de desses atletas no Haiti. Ainda segundo a assessora, o acordo prevê treinamento de dois jogadores haitianos por mês nas categorias de base do time carioca e, além disso, membros da equipe técnica do Botafogo irão à Academia de Futebol Pérolas Negras, em Porto Príncipe, capital do Haiti, para realizar palestras e laboratórios com o objetivo de difundir a metodologia de trabalho utilizada no alvinegro. A previsão é de que os primeiros jogadores cheguem no fim do mês de março.