Mulher pediu para retirar queixa, mas marido continua preso. Caso aconteceu no Acre
Da Redação
A jovem Vanessa Lima, de 22 anos, sofreu uma tentativa de homicídio no último dia 3 de agosto. Moradora da cidade de Tarauacá, no interior do Acre, ela foi esfaqueada pelo marido, com quem vivia desde os 13 anos, enquanto tomava banho. Ele foi preso pela polícia e, agora, ela pede que o agressor e pai dos seus filhos seja solto.
Foto: Reprodução
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Segundo Vanessa, a agressão só aconteceu porque ela "deu motivo". "Eu me sinto culpada. Vou falar a verdade, se eu não tivesse dado motivos, ia pedir justiça, mas eu dei. Eu saía de casa, abandonava minhas filhas e voltava dias depois. Fui muito influenciada por amigos que diziam que a vida de solteiro era muito boa e eu acreditava nisso", disse em entrevista ao G1 Acre.
Vanessa tem dois filhos com o marido. O casal tem uma menina de 4 anos e outra de 7.
Em depoimento à polícia, Vanessa contou que se reconciliou com o marido três semanas após o crime. Ela disse ainda que só denunciou o marido porque no dia do crime estava "com muita raiva e não conseguia enxergar nada". Segundo ela, depois de refletir sobre o caso, ela compreendeu que era culpada pela agressão, principalmente por ter traído o marido com outro homem, e que é injusto o companheiro pagar por isso. A acreana reforçou ainda que o marido já lhe pediu perdão. "Foram só oito golpes", diz ela.
Desempregada, a jovem vendeu a casa do casal por R$ 15 mil para contratar um advogado e tentar tirar o marido da prisão. O comprador permitiu que ela permanecesse no imóvel com os filhos até conseguir outro lugar para ficar.
De acordo com a coordenadora do Centro de Referência para Mulheres Vítimas de Violência Domiciliar Casa Rosa Mulher, Vanessa Mota, atitudes como a de Vanessa são comuns entre mulheres agredidas. Segundo ela, existem casos de mulheres que levam até dez anos para ter coragem de denunciar o companheiro por medo ou por realmente se acharem culpadas. Além disso, muitas temem que os maridos voltem a ter reações ainda mais violentas após a denúncia.
Mesmo com o pedido de anulação da denúncia, o caso continua sendo julgado.
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