Por: Edson Almeida
Depois de uma rápida calmaria, com os bons ventos do primeiro jogo da Copa Sul-Americana, a tormenta voltou a complicar a navegação de Bahia e Vitória no Campeonato Brasileiro. Penúltima rodada realizada e apenas três míseros triunfos para cada um. Tendo que ganhar agora 10 jogos nos 20 que ainda restam para não cair de divisão. Difícil, dificílimo...
Para que se tenha uma idéia de como a situação é complicada, o Bahia, que é o vice-lanterna, com um pontinho a mais que o lanterna Vitória (16 a 15), se conseguir sair do grupo dos degoláveis na próxima rodada, só alcançará o 16º lugar, ainda assim, tendo que ganhar do Coritiba, que é adversário que também está em posição semelhante, e ainda torcer para o Criciúma perder para o Corinthians e o Palmeiras para o Atlético/PR.
O Tricolor não pode mais chegar ao 17º lugar, porque a Chapecoense, que ocupa esta posição, já tem 19 pontos e cinco vitórias e o Bahia poderá chegar aos mesmos 19, mas só a quatro vitórias. O Vitória tem situação mais complicada, pois, com 15 pontos, terá que torcer contra o Criciúma, o Palmeiras e ainda esperar um empate entre Bahia e Coritiba, porque só poderá chegar a 18 pontos com quatro triunfos, e o seu próximo adversário é o favorito Santos, em plena Vila Belmiro.
Ditas essas coisas, fica claro que os tropeços de domingo (0x1 Grêmio e 1x2 Flamengo), foram fruto da incompetência e não da falta de sorte ou erro de arbitragem. O Bahia tem um futebol previsível, até com certa solidez na defesa, mas deficiente na armação e muito frágil no ataque, que Gilson Kleina ainda não encontrou os meios de modificar; e o Vitória só agora Ney Franco voltou para tentar reorganizar a casa, que ele mesmo, antes de sua viagem frustrada para o Flamengo, já não sabia mais o que fazer.
Tem torcedor (e até cronista), que tira leite de pedra e encontra caminhos para a recuperação, mas lutam contra a deficiência dos times e a lógica da Matemática, pois é quase impossível um time que só conquistou três vitórias em 18 jogos possa engrenar e alcançar mais 10 triunfos em 20 que ainda restam, além de esperar pelo insucesso de adversários próximos.
Como não pretendo ser considerado um pessimista, torço para que esses cálculos fantásticos aconteçam e coloquem nossos representantes na história do campeonato por pontos corridos.
Vou ficar com o pensamento do grande Voltaire: “o possível (o fracasso) está feito, o impossível (a classificação) far-se-á”. Que assim seja.
*Edson Almeida é comentarista esportivo do Galáticos na Itapoan FM
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